Suspeito admite que acendeu rojão que matou cinegrafista da Band
Caio Silva, 22 anos, assumiu nesta quarta-feira, (12), em entrevista exclusiva a Rede Globo, ter acendido um rojão durante a manifestação contra o aumento do preço do ônibus, na quinta-feira passada, (6), no Centro do Rio de Janeiro. Em sua fala obtida com exclusividade, ele disse que não sabia que o objeto era um rojão e sim outro artefato que só provoca fumaça e barulho.
O repórter Bette Lucchese, pergunta para Caio se além de ter acendido o rojão, ele teria feito isso junto com Fábio, o jovem balançou a cabeça positivamente, mas logo em seguida, disse que confundiu o rojão com um “cabeção de nego.”
Para os policiais que fizeram a sua prisão, Caio não admitiu e nem negou, segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, o suspeito deixou claro na Bahia, ao ser preso, que não ia falar sobre o ocorrido. "Não admitiu nem negou nada que lhe é atribuído. Ele não está antecipando nenhuma informação, imagino que está esperando uma estratégia do advogado e falará no momento oportuno", afirmou.
O jovem que é auxiliar de serviços gerais de um hospital no Rio de Janeiro e suspeito de lançar o rojão que matou um cinegrafista da TV Bandeirantes, não esboçou nenhuma reação ao ser preso em uma pensão de Feira de Santana (BA), na madrugada desta quarta-feira, (12). Além dele, Fábio Raposo Barbosa, também de 22 anos, que confessou ter participado da ação e está preso desde domingo (9).
A polícia esclareceu detalhes da prisão em entrevista coletiva e disse que o suspeito estava acuado, assustado, com muita fome, após dois dias sem se alimentar. Ele ainda não tinha dormido e estava em um quarto pequeno.
Na entrevista que cedeu ao repórter da Rede Globo, Caio ainda disse que, depois da veiculação onde apareceria recebendo o rojão, teve medo de ser morto por pessoas que estavam envolvidas nas manifestações.
O suspeito preso ainda pediu desculpas pela morte do cinegrafista, na conversa, que foi ao ar no RJTV, Caio disse que há jovens que são atraídos por terceiros a participarem da manifestação, "Alguns vão aliciados sim, outros não". Perguntado sobre quem seriam os aliciadores, ele não entrou em detalhes, apenas afirmou que políticos poderiam estar envolvidos.
O cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago de Andrade, foi atingido na cabeça por um rojão, enquanto gravava imagens de confronto em manifestação contra o aumento de passagens de ônibus, no Centro do Rio, na última quinta-feira, (6). Ele sofreu afundamento de crânio, foi submetido à cirurgia e passou quatro dias em coma no Hospital Souza Aguiar, na segunda-feira, (10), teve morte cerebral. O corpo, de acordo com a família, será velado e cremado na próxima quinta-feira, (13), no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária.