Após corte, Rachel Sheherazade comenta: "Senti falta do espaço de opinião"
Proibida pelo SBT de opinar, a âncora Rachel Sheherazade não fez seus habituais comentários sobre as notícias do dia na edição do telejornal “SBT Brasil” da última segunda-feira (14).
A jornalista comentou que sentiu falta de dar sua opnião. “Há quatro anos, tenho me posicionado no telejornalismo. É claro que senti falta do espaço de opinião. Quando me contratou, a empresa foi muito clara. O SBT queria minhas opiniões. E me deu plena liberdade para me expressar”, diz. Mas ressalta: “Não cabe a mim discordar de uma determinação da emissora. Não fui contratada para definir as estratégias da empresa, o formato do jornal nem os rumos do jornalismo”.
Em um informe publicado na tarde de segunda-feira (14), a emissora disse que os jornalistas da casa não poderão mais emitir opinião em decorrência “do atual cenário” criado em torno da funcionária.
Em fevereiro, Sheherazade defendeu a ação de um grupo que amarrou um assaltante a um poste. Também convocou quem fosse crítico daquela atitude a “adotar um bandido”. As falas geraram protestos nas redes sociais e entre defensores dos direitos humanos e motivaram representações contra Sheherazade na Procuradoria-Geral da República, movidas pelos partidos PSOL e PCdoB. A âncora ainda disse que havia uma “pressão política muito forte” para que ela fosse calada.
Questionada sobre comentários que teria feito caso fosse permitida, na noite de segunda-feira (14), a apresentadora citou as declarações feitas pela presidente Dilma Rousseff em visita a Ipojuca, em Pernambuco. “Ela disse que iria defender com unhas e dentes a imagem da Petrobras. Ora, a imagem da estatal já está na lama. A presidente tem é que tentar salvar o que resta da Petrobras após 12 anos de dilapidação pelos corruptos.” Na semana passada, Lula pediu que o PT e o governo defendessem com “unhas e dentes” a estatal.
Rachel Sheherazade voltou ontem de férias, depois de ter negado rumores de que fora afastada por causa da polêmica em que se envolveu.