Luto! Morre Jorge Loredo, interprete de Zé Bonitinho, após internação no Rio

Ator e humorista faleceu na manhã desta quinta, 26, aos 89 anos de idade

Luto! Morre Jorge Loredo, interprete de Zé Bonitinho, após internação no Rio
Carol Souza
Por Carol Souza

A TV brasileira perdeu nesta quinta-feira (26) mais um de seus grades nomes. Pouco menos de uma semana após a morte do ator global Claudio Marzo, quem nos deixou às aproximadamente 6h30m da manhã foi o icônico ator e humorista Jorge Loredo, intérprete do "perigote das mulheres" Zé Bonitinho, aos 89 anos de idade.

Internado há mais de um mês - desde 3 de fevereiro - no Hospital São Lucas, na Zona Sul do Rio, Loredo permanecia em estado grave, e apesar da morte, as causas ainda não foram informadas pela assessoria, hospital ou pelos familiares.

Topete esculpido com Gumex, bigode delgado, sobrancelhas arqueadas, olhar de conquistador e roupas extravagantes, ele mal entra em cena e já arranca gargalhadas da plateia do estúdio da extinta TV Rio, em 1960. Era a estreia de O Bárbaro, vivido pelo ator e humorista Jorge Loredo no programa "Noites cariocas", que serviria de matrix para o personagem Zé Bonitinho, o galenteator barato e exagerado que marcaria a carreira do artista carioca e a TV brasileira.

O Bárbaro foi rebatizado em homenagem a um conzinheiro que Loredo conheceu em um restaurante de beira de estrada que, por ser muito feio, era chamado de Zé Bonitinho. Os trejeitos do personagem foram inspirados em outra figura real, o Jarbas, um dos companheiros do jovem Jorge Loredo nas maratonas pelos bares da Praça Saens Peña, na Tijuca, onde nasceu.

— Ele tirava um pentezinho do bolso e ficava ajeitando as sobrancelhas e o bigodinho toda hora. Se passava uma moça, cantarolava um tango, um bolero... Fui captando esses trejeitos e criei o personagem — contou o ator.

Autor de bordões inesquecíveis — "Garotas do meu Brasil varonil: vou dar a vocês um tostão da minha voz...!"; "Mulheres, atentem para o tilintar das minhas sobrancelhas"; "O chato não é ser bonito, o chato é ser gostoso", entre outras —, Zé Bonitinho foi praticamente uma espécie alter ego de Loredo:

— Eu sofri com uma osteomielite (inflamação nos ossos) dos 12 aos 46 anos, por isso fui muito mimado. Isso me fez querer ser mimado pelas minhas mulheres. Era quase um Zé Bonitinho — contou certa vez Loredo que, ainda na juventude, chegou a ser internado em um sanatório por causa de uma tuberculose.

Os palhaços estão na origem da vocação de Loredo. Para completar a renda do marido, dona Luiza, mãe do artista, costurava os figurinos das trupes circenses que chegavam a Campo Grande, onde a família morava. O ator acreditava que as fantasias da mãe impregnaram sua retina: já jovem, viu o anúncio dos testes para a escola de Paschoal Carlos Magno, onde passou depois de ser ensaiado por Oscarito e Mafra. Estreou interpretando Mercúcio em "Romeu e Julieta" e nunca mais parou.

A Praça é Nossa

Carlos Alberto de Nóbrega, apresentador do humorístico "A Praça É Nossa", do SBT, onde Loredo interpretava seu famoso personagem, se disse emocionado com a partida do colega.

Em um breve comunicado, Carlos Alberto revelou que mesmo doente, Loredo não perdia um dia de gravação. "Para mim, Jorge Loredo foi um colega de trabalho exemplar, pois mesmo doente, ele chegava ao SBT, ia até o ambulatório para receber oxigênio e, assim que podia, fazia sua gravação. Retornava ao ambulatório para mais uma sessão de oxigênio e em seguida voltava ao Rio de Janeiro aonde residia. Respeitávamos essa atitude porque essa era a vontade dele. Loredo irá nos fazer muito falta", declarou.

Fonte: Correio do Estado e Terra.

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
Fale com o autor: [email protected]
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