Bolsonaristas insistem em contrariar especialistas com hashtags: "TeichLiberaCloroquina"
Mesmo após o estudo publicado no respeitado periódico científico "New England Journal of Medicine" que aponta os perigos da administração de hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, bolsonaristas mantêm a insistência para contrariar os especialistas e levantam hashtags nas redes sociais com um empenho tão grande que se torna controverso na medida em que prioriza informações distorcidas em meio à grave situação enfrentada a nível global.
No Twitter, o principal assunto do momento durante toda a manhã desta segunda-feira (11) é uma exigência direta para o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, que mal entrou no lugar de Luiz Henrique Mandetta e já está sofrendo pressão dos próprios apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Subiram a tag #TeichLiberaCloroquina enquanto estudos do mundo todo provam que o medicamento não traz benefícios no tratamento da COVID-19, é só mais uma tentativa de enfraquecer as medidas de isolamento social. O governo promove a morte a qualquer custo.
— Erika Kokay (@erikakokay) May 11, 2020
"TeichLiberaCloroquina" aparece no topo dos trends da plataforma e reúne diversos comentários raivosos contra qualquer discurso contrário às opiniões do presidente, que nesta segunda voltou a defender o uso do medicamento, ignorou repórteres e fez sinal positivo para os apoiadores que se manifestavam contrários à postura da imprensa.
Até que enfim a população resolveu botar pressão!! Essa tag tem q ficar o DIA INTEIRO, certo Robozada? Vai dar bom dia? Dê usando #TeichLiberaCloroquinaSó com pressão seremos ouvidos!
— TeAtualizei 🇧🇷👊🏻❤️ (@taoquei1) May 11, 2020
Entre as publicações no Twitter, também é possível encontrar opositores aos ideais de Bolsonaro lançando suas críticas sobre as exigências de seus seguidores e tentando convence-los a parar com as informações equivocadas, pois, de fato, torna-se um grave empecilho na busca pela verdade diante da crise. Enquanto especialistas fazem o alerta, Bolsonaro vai na contramão e reclama dos estados que estariam "travando" o uso da hidroxicloroquina. "Tem a cloroquina aqui nas farmácias em Brasília, aqui tem. Em alguns estados não tem. Vamos tentar correr atrás o por que não tem", argumentou o presidente ao deixar o Palácio da Alvorada.