Flea emite nota sobre apresentação com playback no "Super Bowl"; Leia

Flea emite nota sobre apresentação com playback no "Super Bowl"; Leia
Carol Souza
Por Carol Souza

Após a apresentação da banda Red Hot Chilli Peppers em conjunto com o cantor Bruno Mars no "Super Bowl", o evento de esporte mais importante dos EUA, o baixista Flea, que foi duramente criticado por usar o playback e deixar seu instrumento desplugado emitiu uma nota sobre o ocorrido.

Na nota ele admite o playback e explica que foi uma condição da organização do show do intervalo. 

Flea ainda esclarece que foram pouquíssimas as vezes em que ele e os RHCP usaram deste artificio e que deixar o baixo e a guitarra fora dos cabos foi uma maneira que o grupo encontrou para não "enganar os fãs".  

A nota foi divulgada no site oficial da banda, e você pode ler íntegra logo abaixo:

"Prezados,

Quando nós fomos chamados pela NFL e pelo Bruno (Mars) para tocar a música 'Give it Away' no Super Bowl, deixaram claro para nós que os vocais seriam feitos ao vivo, mas o baixo, bateria e a guitarra seriam pré-gravados. Eu compreendo a postura da NFL sobre o assunto, já que eles têm apenas alguns minutos para montar o palco, e há zilhões de coisas que podem dar errado e com isto arruinar o som para as pessoas que estão no estádio e para os telespectadores. Não cabia discussão sobre isso, a NFL não queria arriscar a ter um som ruim e fim de papo.

O Red Hot Chili Peppers tem uma política de nunca fazer mímica. A última vez que nós fizemos (ou tentamos fazer) isso foi no fim dos anos 80, quando fomos expulsos ainda nos ensaios do 'Top Of The Pops', programa da TV britânico, porque nos recusamos a fazer a mímica direito, eu usei meus sapatos como baixo, John tocou guitarra sobre os ombros do Anthony, e encenamos uma luta no palco, debochando do que seria uma performance ao vivo de verdade.

Fizemos mímicas em um ou dois eventos estranhos da MTV e sempre foi uma droga. Levamos a sério a nossa música, é uma coisa sagrada para nós, e todos que já nos viram em um show (como na noite anterior a do Super Bowl no Barclays Center), sabe que nós tocamos com o coração, improvisamos de forma espontânea, corremos riscos, damos nosso sangue a cada show. Fazemos isto há 31 anos.

Sendo assim, quando surgiu a oportunidade de tocar no Super Bowl, ficamos muito confusos sobre se devíamos ou não aceitar, mas no fim das contas decidimos que sim, foi meio surreal, uma vez na vida fazer uma coisa louca e achamos que deveríamos nos divertir fazendo isso. Pensamos bastante antes de concordar com tudo, e além de conversarmos muito entre a gente, falei com amigos do meio musical que respeito muito, e todos disseram que aceitariam fazer se tivessem sido convidados, que seria algo selvagem de fazer, que diabos. Além disso, todos nós do RHCP adoramos futebol americano e isso teve grande impacto em nossa decisão. Decidimos que, como o Anthony cantaria ao vivo, ainda poderíamos manter o espírito e liberdade de nosso show, e é claro que nós quem tocamos cada nota na gravação feita especialmente para a apresentação. Conheci e conversei com o Bruno, que foi um cara legal, um músico talentoso de fato, e fomos trabalhar em algo que seria divertido.

Nós gravamos a música para o dia, só colocando pra fora dos nossos corações aquilo que era bem parecido com as versões que nós temos tocado ao vivo nos últimos anos com nosso querido Josh na guitarra.

Para o show real, Josh, Chad e eu tocamos sozinhos o que foi pré-gravado, então não tinha necessidade de plugar os instrumentos, por isso não fizemos. Poderíamos tê-los plugado para evitar que as pessoas ficassem desapontadas ao saber que a parte instrumental da música tinha sido pré-gravada? Naturalmente, seria mais fácil e não representaria um problema. Mas achamos melhor não fazer de contas, parecia a coisa mais certa a se fazer nestas circunstâncias. Era como gravar um vídeo de música na frente de um zilhão de pessoas, excetuando os vocais, e a única forma de se fazer isso. Nossa única ideia era mostrar para as pessoas quem realmente nós somos.

Sou agradecido à NFL por nos ter recebido. E sou agradecido ao Bruno, que é um jovem super talentoso por ter nos convidado para fazer parte do show dele. Eu faria tudo do mesmo jeito novamente.

Nós, como uma banda, aspiramos crescer como músicos e compositores, e continuar tocando com toda nossa garra ao vivo no palco para qualquer um que deseje explodir os seus miolos.

Atenciosamente,

Flea".

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
Fale com o autor: [email protected]
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