'Mulan': Entenda as polêmicas envolvendo o novo live-action da Disney
O live-action de Mulan, da Disney, estreia em março deste ano e vem dividindo opiniões. Diferente da versão animada, o filme trará uma versão mais fiel a lenda chinesa, além de uma forte mensagem de empoderamento feminino, assunto em alta nos dias de hoje. O novo filme trará um tom mais maduro, eliminando personagens e músicas que marcaram a memória daqueles que assistiram a animação 2D.
A animação, de 1998, baseada na lenda de Hua Mulan, conquistou gerações com sua produção repleta de ação, comédia e muitas músicas. Na história, ignorando todas as tradições da sociedade em que habita, Fa Mulan se disfarça de homem e parte para a guerra após tomar o lugar do pai em uma convocão geral, evitando que o mesmo, herói de antigos combates já debilitado, encontrasse a morte nos campos de batalha. A descrição soa um pouco mórbida, mas esse sentimento é tênue na obra, que no geral arranca muitas gargalhadas do público, principalmente com as participações do dragão Mushu, dublado por Eddie Murphy.
Com o anúncio da criação do live-action, os fãs se animaram. Muitos esperavam ver um filme fiel ao primeiro, assim como ocorreu com O Rei Leão, Alladin e A Bela e a Fera, mas não foi o que ocorreu. Dirigido por Niki Caro, o longa abandona seus traços infantis e cômicos tomando rumos mais maduros. Mulan seguirá uma linha bem próxima do real, ou seja, não haverá dragão falante proclamando desonra geral. Para piorar a situação, ou não, o personagem Li Shang, par romântico da protagonista também foi cortado da produção, para tristeza de seus admiradores, incluindo a pessoa que está escrevendo este artigo.
A notícia sobre os cortes gerou muitas críticas na internet e, ainda hoje, faltando poucos meses para a estreia, é possível ver inúmeras pessoas reclamando nas redes sociais das alterações feitas no filme. Porém, após a divulgação de novas imagens e do trailer oficial, muitas opiniões mudaram e o longa começa a ser exaltado, alimentando as expectativas dos fãs.
Recentemente, a diretora do filme explicou o motivo por insistir em todas as alterações mencionadas acima. Segundo Caro, as canções e elementos de fantasias não tinham espaço para uma história que ocorre em meio a guerra, mas que ainda assim as mesmas serão honradas no novo projeto, mas de uma forma diferente. É tudo uma questão de ressaltar o realismo e aproximar a história do conto original, preservando e homenageando a cultura da China, que é um mercado em potencial para a Disney.
Na nova produção, que ainda segue a premissa base, Mulan irá para a guerra e passará por muitas provações, inclusive enfrentar uma feiticeira aliada ao líder do exército inimigo. Ter um filme com uma protagonista feminina, que enfrenta batalhas contra homens e luta com destreza e habilidade é de inspirar qualquer garota. A maioria dos filmes de ação são protagonizados por homens, então, ao termos uma mulher neste papel, demonstrando que independente da situação e adversidades é possível se sobressair em qualquer coisa que queiramos fazer, deixa qualquer mina orgulhosa.
Mulan carrega consigo um discurso de representatividade, e de longe se tornou uma das personagens mais feministas dos Estúdios Disney, principalmente quando falamos de sua luta contra os padrões e o conservadorismo da China feudal. Ela desafia toda sociedade, correndo risco de pena de morte, para salvar quem ama (o pai) e no fim se torna uma grande heroína ao salvar todo o império chinês, trazendo honra para sua família.