São Paulo: Prefeitura recebe depósito de R$ 34 milhões confiscado de Maluf


Nesta última semana a Prefeitura de São Paulo recebeu um alto valor em depósito correspondente à confisco, mas não qualquer confisco. O depósito, no valor de depósito de R$ 34,944 milhões, foi recebido diretamente da Ilha de Jersey, no Reino Unido, e é proveniente de contas atribuídas ao ex-prefeito Paulo Maluf, que governou entre os anos de 1993 e 1996.
Conforme divulgado, este valor faria parte de um montante de R$ 344 milhões, desviados dos cofres públicos por Maluf durante sua gestão. Aos hoje 88 anos, o ex-prefeito cumpre pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias por lavagem de dinheiro em regime domiciliar.
Silvio Antonio Marques, promotor de Justiça da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da Capital revelou que os R$ 34,944 milhões são apenas parte de um total superior a US$ 200 milhões "que ainda têm que ser repatriados" de Jersey. "A família Maluf movimentou em Jersey cerca de US$ 230 milhões. Ainda falta muito dinheiro", disse ele.
Conforme informações provenientes das investigações, os R$ 34,944 milhões estavam estocados em uma conta da offshore Macdoel Investment Limited, da qual Maluf era o verdadeiro controlador, além de outras duas offshores - Kildare e Durant International - que também foram usadas para manter em Jersey, um paraíso fiscal, recursos desviados do erário paulistano.
Conforme as investigações seguiram, o "caminho do dinheiro" foi revelado. Foi apurado que os valores desviados de obras milionárias em São Paulo foram primeiramente enviados para os Estados Unidos e Suíça, depois passaram pela Inglaterra para só assim chegar até Jersey. Uma parcela menor foi para a França e outra para Luxemburgo.
Marques destaca ainda que entre 1996 e 1997, US$ 92 milhões foram repatriados por Maluf para investimentos na empresa da família, a Eucatex. Conforme avaliação da Promotoria, os bens da família Maluf e da Eucatex "não serão suficientes para pagar todas as despesas de condenação pelo prejuízo de R$ 344 milhões aos cofres públicos".
Apesar da condenação, Maluf sempre negou os desvios em sua administração, afirmando piamente que nunca manteve contas no paraíso fiscal de Jersey.
