Internautas cobram explicação da Amazon pela venda do livro "Anjos Proibidos"

Livro que virou caso de polícia aparece em algumas lojas virtuais com preço de raridade
Livro que virou caso de polícia aparece em algumas lojas virtuais com preço de raridade
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Usuários do Twitter amanheceram furiosos com a Amazon nesta terça-feira (16) depois que começaram a surgir relatos de que a empresa estaria vendendo o livro "Anjos Proibidos", de Fábio Cabral. Com a hashtag "SeExplicaAmazon", os internautas cobram um pronunciamento sobre o porquê da presença da obra no Market Place, já que se trata de uma coletânea de fotos de meninas de 10 a 17 anos, teoricamente criada com o intuito de exibir o início da revelação da sensualidade na mulher.

A edição de estreia, em 1991, teve suas 500 cópias apreendidas após abertura de processo criminal contra o fotógrafo, que se livrou das acusações dois anos depois, alegando "livre manifestação da expressão artística". Cercado de escândalo, o livro não foi mais visto nas lojas convencionais e sequer foi mencionado por Cabral em seu livro especial de 25 anos de carreira, lançado em 2011, mas ainda pode ser encontrado em algumas lojas estrangeiras por preços que variam de US$ 895 a US$ 15 mil, incluindo o Market Place da Amazon, em anúncio da loja "Broad-Street-Books". 

Segundo as capturas de tela dos usuários do Twitter, o livro também estava disponível na Amazon do Brasil, por R$ 9.900, mas já foi retirado do ar. Entre os relatos e comentários indignados, muitas controvérsias, sobretudo de quem critica a pedofilia ao mesmo em que compartilha alguns dos retratos do livro, exibindo as imagens das meninas seminuas e gerando ainda mais discussões sobre o modo correto de denunciar situações do tipo nas redes sociais. 

As acusações contra o fotógrafo foram baseadas no Artigo 241, do Estatuto da Criança e do Adolescente, envolvendo conteúdo erótico e obsceno nas fotos das 25 meninas. Na sentença que absolveu Cabral, o juiz Osvaldo José de Oliveira definiu as imagens do livro como "artísticas" e ainda repreendeu os promotores por não saberem distinguir "o erótico daquilo que poderia caracterizar cena de sexo explícito ou pornográfico". 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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