Bancários e clientes protestam contra o desmonte do Banco do Brasil

Protestos físicos e virtuais em todo país lutam contra a privatização defendida pelo ministro da economia, Paulo Guedes
Protestos físicos e virtuais em todo país lutam contra a privatização defendida pelo ministro da economia, Paulo Guedes
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Bancários e clientes do Banco do Brasil (BB) ampliaram os protestos contra o plano de reestruturação que pode fechar cerca de 300 agências e demitir até cinco mil funcionários em todo o país. Além de atos físicos em frente às unidades do banco, também foi iniciada uma campanha no Twitter com a hashtag "#MeuBBValeMais", reunindo milhares de brasileiros contra a possibilidade de privatização defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. 

De acordo com informações do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) sobre a proposta de Guedes para o desmonte do BB foi entregue a parlamentares na última terça-feira (19). O relatório de 24 páginas apresenta expectativas de resultados financeiros do banco, saldo de empregos, número de agências, clientes, tendência de queda dos postos de trabalho, saldo de empregos, entre outros detalhes. 

O economista Gustavo Cavarzan, do Dieese, relembra o fechamento de 1.072 agências do Banco do Brasil e a perda de 17 mil empregos desde 2016, além da redução real de sua carteira de crédito da ordem de 29%. "Esse cenário aponta para o esvaziamento do BB e mais amplamente do papel dos bancos públicos na economia brasileira, onde cumprem função essencial”, destacou. 

O Banco do Brasil anunciou as novas medidas de reestruturação na semana passada, motivando reações instantâneas da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), que encaminhou uma carta ao presidente do BB, André Guilherme Brandão, a afirmando que as medidas transmitem uma percepção de “cortina de fumaça” para encobrir “intenções privatistas”.

Do ponto de vista da entidade, o desmonte está sendo impulsionado pelo enfraquecimento de sua atuação em áreas chave de negócio. No entanto, 990 municípios (17,7%) contam apenas com agências de bancos públicos e dependem exclusivamente desses tipos de entidade.

Nas regiões Norte e Nordeste, a participação dos bancos públicos no crédito chega a 90%, de acordo com o SindBancários. Cavarzan ainda afirma que o Banco do brasil é responsável por 55% do crédito rural no Brasil, percentual que cresce para 93% no Norte. 

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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