Megaoperação mira Comando Vermelho na Bahia e resulta em dezenas de prisões

Na manhã desta terça-feira (4), uma megaoperação policial foi deflagrada em diversos pontos da Bahia para combater a atuação do Comando Vermelho, facção criminosa originária do Rio de Janeiro que tem ampliado sua presença no Nordeste. A ação, coordenada pela Polícia Civil da Bahia com apoio de forças estaduais e federais, cumpriu mais de 90 mandados judiciais, incluindo prisões e buscas em Salvador, cidades do interior e também no Ceará.

Segundo as autoridades, o principal objetivo é enfraquecer a estrutura armada e financeira do grupo, responsável por uma onda de homicídios e pelo avanço do tráfico de drogas em bairros estratégicos da capital baiana e municípios vizinhos. Até o final da manhã, pelo menos 33 pessoas haviam sido presas, entre elas suspeitos apontados como líderes regionais do Comando Vermelho.

As investigações, que duraram cerca de oito meses, identificaram ramificações da facção atuando em bairros como Liberdade, Pernambués e Uruguai, além de cidades como Ilhéus e Aratuípe. No Ceará, mandados foram cumpridos em Eusébio, onde, de acordo com a polícia, estavam escondidos integrantes do alto escalão da quadrilha.

Além das prisões, a Justiça determinou o bloqueio de 51 contas bancárias ligadas aos investigados, numa tentativa de cortar o fluxo de recursos ilícitos usados para financiar o tráfico e sustentar o domínio territorial da facção. Armas, drogas, veículos e documentos também foram apreendidos durante as diligências.

Mais de 400 agentes das polícias Civil e Militar participaram da operação, que contou com o suporte de departamentos especializados como o Draco (Combate ao Crime Organizado), Denarc (Narcóticos) e o DHPP (Homicídios). O trabalho integrado envolveu ainda a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-BA) e efetivos da Polícia Civil do Ceará.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, a expectativa é que os resultados da operação ajudem a esclarecer ao menos 30 homicídios recentes na capital. As investigações seguem em andamento, e novas prisões não estão descartadas nos próximos dias.