Coronavírus: Condomínio em São Paulo exigiu que chineses usassem somente elevador de serviço
O surto de coronavírus, principalmente na China, local onde o mesmo se originou, tem assustado o mundo e feito com que a população tome medidas para prevenção do alastramento da doença em outros países, com monitoramentos, controle nos aeroportos e diversas outras medidas e, no Brasil, não tem sido diferente.
Entretanto, um condomínio comercial de São Paulo tomou uma atitude tanto quanto duvidosa nesta semana ao exigir que funcionários asiáticos e visitantes chineses usassem apenas o elevador destinado a serviços para se locomover em suas dependências.
Localizado na zona Sul da cidade, a administração do condomínio ainda divulgou um comunicado interno, fixado nos elevadores, onde determinava "condições para que nossos 'irmãos' chineses possam acessar as dependências do prédio", sendo uma dessas condições, o uso obrigatório do elevador de serviço.
Para os funcionários de uma empresa oriental localizada em uma das salas do Edifício Berrini 550, a "recomendação" foi o uso do álcool gel e máscaras cirúrgicas quando nas áreas comuns do prédio.
A empresa em questão, é a Miniso, que mantém um escritório no edifício. Após tomar conhecimento do ocorrido, a empresa divulgou uma nota onde repudia a ação da administração do condomínio classificando-a como "preconceito e discriminação".
"A Miniso Brasil não consente com qualquer tipo de preconceito e discriminação seja de cor, credo, raça ou etnia e atua sempre pelo bem-estar de todos os seus funcionários, independente da sua nacionalidade".
A comunidade chinesa em São Paulo também não recebeu com bons olhos a "recomendação" do edifício e o Ibrachina, Instituto SocioCultural Brasil-China, divulgou uma nota de repúdio sobre o caso.
No texto, o Instituto classifica como crime a "recomendação": "O Instituto SocioCultural Brasil-China vem a público manifestar repúdio a todo e qualquer tipo de discriminação contra a comunidade chinesa e asiática. O combate aos crimes de racismo e xenofobia é um compromisso de todos que defendem uma sociedade justa e igualitária. Destacamos que estes crimes são imprescritíveis e inafiançáveis".
Procurada pela imprensa, a administração do condomínio não deu uma resposta sobre a polêmica.