Após prisão, Edward Luz chama Ibama de terrorista, ataca esquerda e se justifica, sem provas
No último domingo, Edward Luz publicou um vídeo em que aparece sendo preso por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), após se recusar a deixar a Terra Indígena Ituna-Itatá, no limite situado entre Senador José Porfírio e Altamira, no Pará. O vídeo publicado pelo auto-intitulado "Antropólogo Social. Pró-Tapajós Livre: das ONGs, da Esquerda e da Corrupção" mostra os agentes fazendo a advertência e exigindo que ele saia do local imediatamente, para evitar transtornos maiores, mas Luz segue fazendo pressão e chega a dizer que foi enviado a mando do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o Ministério Público Federal (MPF), em uma ação contra a destruição de "patrimônio de população em situação de fragilidade", sem apresentar comprovações oficiais que pudessem evitar sua prisão.
Rapidamente, a ação de Luz virou assunto do momento nas redes sociais, com diversas pessoas comemorando o ocorrido, incluindo celebridades como Felipe Neto, que apesar de assumir que ninguém deve utilizar seu perfil como fonte de informações, agradeceu ao agente do Ibama pela ação e apresentou uma sequência de posts divulgada pelo perfil "Observatório do Clima" em que o dito antropólogo é, supostamente, desmascarado, apresentando, também, alguns links de artigos, com entrevistas e mais informações sobre Luz.
Obviamente, figuras públicas com maior participação política e voz em relação ao assunto manifestaram suas opiniões, a exemplo da deputada federal pelo PSOL São Paulo, Sâmia Bomfim, da professora, pesquisadora e colunista social Debora Diniz, do deputado federal Ivan Valente, entre vários outros que também se declararam contrários às ações e opiniões expressadas por Luz.
Para piorar a situação, o ministro Ricardo Salles desmentiu as informações e disse que sequer conhece o autor da denúncia, em entrevista à TV Globo, também deixando claro que o viu pela primeira vez em um encontro com políticos locais e representantes do MPF em que, de fato, foi realizada uma série de acordos referentes às fiscalizações naquela região. Ao que se entende pela notícia, Edward Luz pode ter se aproveitado da proximidade com o ministro na época em que o encontro ocorreu e utilizou isso como forma de atestar a conexão, entretanto, não apresentou nenhum tipo de documento, caindo em contradição imediatamente.
Após a divulgação do vídeo, Luz utilizou sua conta no Twitter para falar um pouco mais sobre o assunto, e disparou ataques ao Ibama, chamando o órgão de terrorista e também aproveitando a ocasião para direcionar críticas à esquerda. Confira a seguir:
Fui levado sob custódia do @brasil_IBAMA por falar verdades que precisam ser ditas: O IBAMA vem agindo com estupidez, truculência e abuso de poder ao promover a desocupação CRIMINOSA e TERRORISTA de dois PAs com + de 1.500 famílias assentadas numa área de pretensão das ONGs https://t.co/kpm3pGZBOO
— Edward Luz. Antropólogo & Consultor Parlamentar. (@edwardluz) February 17, 2020
URGENTE: O @brasil_IBAMA continua desobedecendo as determinações do Min. @rsallesmma que ordenou a SUSPENSÃO DAS AÇÕES de retirada de famílias vulneráveis espalhando MEDO E TERROR na região dos dois PAs no oeste do Pará. #IBAMATERRORISTA pic.twitter.com/gQtuuLo8gN
— Edward Luz. Antropólogo & Consultor Parlamentar. (@edwardluz) February 17, 2020
Estes esquerdistas não tem qualquer respeito para com quem denuncia as fraudes, as mentiras e as esparrelas deles. O @brasil_IBAMA aqui no Oeste do Pará está sendo utilizado pelas ONGs para promover uma verdadeira limpeza étnica em nome da proteção territorial indígenas. #Fraudes https://t.co/mu0fykfBcU
— Edward Luz. Antropólogo & Consultor Parlamentar. (@edwardluz) February 17, 2020
Na tarde desta segunda-feira (17), Edward Luz publicou um vídeo na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), informando que solicitou uma audiência pública para solucionar questionamentos:
Estive hoje na @funaioficial de Altamira convocando uma audiência pública e solicitando explicações à Portaria 17 de 09 de janeiro de 2020 que pretende no canetaço transformar em terra indígena 144.000 hacs de dois assentamentos de população em situação de fragilidade social. pic.twitter.com/wi0rNaLIyQ
— Edward Luz. Antropólogo & Consultor Parlamentar. (@edwardluz) February 17, 2020