Cantora Duffy relata detalhes de seu sequestro e estupro

Os relatos de Duffy estão disponíveis no site duffywords.com
Os relatos de Duffy estão disponíveis no site duffywords.com
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

A cantora Duffy contou recentemente em suas redes sociais o caso de sequestro e estupro que sofreu há alguns anos, retornando a mídia após vários anos de anonimato. Inicialmente, Duffy apenas informou aos fãs sobre o trauma, sem contar detalhes, mas no domingo (5) lançou um site contando sobre sua experiência traumática.

⚠️ Gatilho: Caro leitor, o artigo a seguir contém tema sensível, tais como: relatos de abuso sexual, violência e sequestro. Se este for o seu caso, não recomendamos a leitura.

Antes de iniciar seu relato, Duffy relembra o difícil momento em que o mundo vive e como tudo que vivenciou a fez refletir sobre este momento: “Estamos em tempos difíceis, onde não vemos tanta preocupação nacional e global desde a Segunda Guerra Mundial. Agora, é mais importante do que nunca pensar no impacto que temos um sobre o outro”, e continuou “Não sou palestrante ou acadêmica, mas preciso mencionar nossa crise atual. São dias trágicos. Como você, eu me preocupo com parentes, entes queridos e colegas. Nossas lágrimas são compartilhadas. A única cura agora é a prevenção, permanecendo e permitindo que os trabalhadores da linha de frente lidem com isso”.

A cantora compartilhou vários detalhes do seu passado em cativeiro, que foi drogada em um restaurante, sequestrada, estuprada e mantida presa pelo estuprador. A história foi contada no site “duffywords.com”, narrando como a cantora desapareceu dos holofotes da mídia logo após o lançamento de seu segundo CD em 2010. Agora, dez anos depois, Duffy finalmente conseguiu contar tudo o que passou.

O sequestro ocorreu quando Duffy comemorava seu aniversário em um restaurante, ao sair de lá dopada, continuou sendo drogada por mais quatro semanas, foi levada para outro país, mas não se recorda de estar em um avião, somente em um carro com o sequestrador. Mesmo após retornar para sua casa, a cantora continuou sendo ameaçada, já que o abusador a levou a entender que tentaria mata-la caso a história fosse divulgada. Ao mesmo tempo, Duffy também sofreu ameaças de ter seu trauma “divulgado”, fazendo-a ir finalmente a polícia.

Para além do trauma vivenciado, a cantora relata a dificuldade de retomar a sua carreira, com desejo de iniciar uma vida nova, desconhecida ou quem sabe possivelmente retornar aos palcos, mas preocupada em receber perguntas sobre seu sumiço. Todas as dúvidas pairaram sobre sua cabeça durante os últimos 10 anos.

A primeira pessoa a saber do caso foi sua psicóloga, responsável pelo tratamento de Duffy para superar o trauma, ela diz: “Sem ela [psicóloga] eu não teria conseguido. Eu corria alto risco de suicídio depois. Ela me conheceu, me viu como pessoa, aprendeu sobre mim e me navegou. Ela fez isso com muita delicadeza. Eu não conseguia olhá-la nos olhos nas primeiras oito sessões, o contato visual era algo com o qual eu lutava. O pensamento de se recuperar era quase impossível”.

Por fim, Duffy tece longos relatos sobre sua trajetória até encontrar a paz de espírito e a “cura” para o que tinha enfrentado. As mudanças e distanciamento de todos que amava foram algumas das dores sentidas, além do medo de sofrer novamente toda esta violência. Os relatos de outras pessoas que também sofreram abusos através do Instagram da cantora foram fundamentais para ela se libertar da dor e compartilhar sua história na esperança de retomar as rédeas de sua vida daqui para frente.

Sobre o autor

Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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