John Prine, lenda do folk, morre aos 73 anos vítima do coronavírus

John Prine, a lenda da música por trás de canções como 'Angel from Montgomery' e 'Sam Stone' ficou hospitalizada em estado crítico por mais de duas semanas.
John Prine, a lenda da música por trás de canções como 'Angel from Montgomery' e 'Sam Stone' ficou hospitalizada em estado crítico por mais de duas semanas.
Carol Souza
Por Carol Souza

John Prine, ícone da música country, morreu nesta última terça-feira (07), aos 73 anos de idade. O cantor e compositor sucumbiu a complicações do coronavírus, conforme confirmou a família de Prine à Rolling Stone. Ele faleceu no Centro Médico da Universidade Vanderbilt, de Nashville.

Em 20 de março, foi anunciado que o lendário cantor de "Angel from Montgomery" havia se colocado em quarentena depois que sua esposa e gerente, Fiona Prine, testaram positivo para o novo coronavírus. Na época, o próprio Prine foi testado, mas os resultados foram "indeterminados". Na quinta-feira daquela mesma semana, no entanto, ele havia sido hospitalizado e no sábado teve que ser intubado.

A família Prine anunciou que ele estava em "condição crítica" no domingo, 29 de março. Em 3 de abril, foi revelado que ele estava lutando contra uma pneumonia nos dois pulmões.

Em uma mensagem postada nas mídias sociais, Fiona Prine disse que "apesar da incrível habilidade e cuidado de sua equipe médica", Prine foi incapaz de superar "os danos que esse vírus infligiu em seu corpo". Ela acrescentou: "Sentei-me com John - que estava profundamente sedado - nas horas anteriores a sua morte e serei eternamente grata por essa oportunidade".

Fiona ofereceu sua gratidão pelo "derramamento de amor que recebemos da família, amigos e fãs de todo o mundo". Ela acrescentou: "John fará muita falta, mas ele continuará a nos confortar com suas palavras, músicas e presentes de bondade, humor e amor que ele deixou para todos nós compartilharmos".

O músico John Prine.
O músico John Prine.
O músico John Prine.

Nascido em Maywood, Illinois, em 10 de outubro de 1946, John Prine era conhecido por sua capacidade de escrever sobre amor, sociedade, política e sua própria vida com habilidade e humor iguais. Ele aperfeiçoou seu ofício enquanto trabalhava como transportador de correio em Chicago durante o final da década de 1960. Prine se tornou uma parte bem conhecida da cena folk da cidade durante uma época em que grandes artistas frequentemente apresentavam compositores em ascensão a públicos maiores. No caso de Prine, foi Kris Kristofferson quem descobriu o músico em ascensão.

Prine acabou assinando contrato com Atlantic e lançando seu álbum de estréia auto-intitulado em 1971. O LP se tornaria um clássico, apresentando faixas como "Sam Stone", "Paradise" e sua canção de assinatura, "Angel from Montgomery". Depois de mais três álbuns no Atlantic e outro trio na Asylum Records, ele co-fundou a Oh Boy Records em 1984. A maioria de seus lançamentos a partir daquele momento veio sob a bandeira Oh Boy.

No total, Prine lançou 17 álbuns de estúdio, tendo sido "The Tree of Forgiveness", de 2018, o último. Esse disco se tornou seu lançamento mais alto de todos os tempos, alcançando o 5º lugar na Billboard 200; No. 1 no gráfico Folk; e No. 2 nos US Country, US Indie e US Rock.

Ao longo de sua carreira, Prine ganhou dois prêmios Grammy: "The Missing Years de 199"1 (com o baixista do Heartbreakers Howie Epstein) e "Fair & Square" de 2005 ganharam como "melhor álbum folk contemporâneo". Membro do Songwriters Hall of Fame e do Nashville Songwriters Hall of Fame, ele foi indicado ao Grammy Hall of Fame em 2015 e recebeu um prêmio Lifetime Achievement Award no início deste ano. Ele também recebeu o Prêmio AMA Lifetime Achievement for Songwriting em 2003 e foi nomeado o Artista do Ano da AMA em 2005. Nesse mesmo ano, Prine se tornou o primeiro cantor e compositor a se apresentar na Biblioteca do Congresso a pedido do Poeta Laureado Ted Koosher.

Bob Dylan tinha John Prine como um de seus maiores ídolos.
Bob Dylan tinha John Prine como um de seus maiores ídolos.
Bob Dylan tinha John Prine como um de seus maiores ídolos.

Prine sobreviveu ao câncer duas vezes. Ele foi diagnosticado pela primeira vez com câncer de células escamosas no lado direito do pescoço em 1998. Após uma grande cirurgia para remover um grande pedaço de tecido doente e seis semanas de radioterapia, ele ficou com nervos severamente danificados na língua e nas glândulas salivares. Após um ano de reabilitação e terapia da fala, ele voltou a se apresentar com uma voz notavelmente mais grave.

Mais tarde, foi diagnosticado com câncer de pulmão, em 2013. Ele foi submetido a uma cirurgia para remover a parte doente do pulmão esquerdo e conseguiu voltar às turnês em apenas seis meses, graças a uma fisioterapia exclusiva. Isso incluía subir e descer as escadas de sua casa até ficar sem fôlego, pegar o violão e cantar duas músicas.

Quanto às homenagens à lenda folk, em vez de flores ou presentes, Fiona Prine pede que seja feita uma doação a uma das seguintes organizações sem fins lucrativos: thistlefarms.org; roomintheinn.org; e nashvillerescuemission.org.

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
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