"Sergio", com Wagner Moura, estreia na Netflix com crítica morna

Longa narra os últimos anos de vida do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello.
Longa narra os últimos anos de vida do diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello.
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

"Sergio" é a nova aposta no catálogo da Netflix, e traz Wagner Moura na pele de Sergio Vieira de Mello, figura de relevância indiscutível para a Organização das Nações Unidas (ONU), com acúmulo de inúmeras missões de paz em diversos países.

O longa é baseado no livro "O Homem que Queria Salvar o Mundo", de Samantha Power, e conta com a direção de Greg Barker, que possui grande experiência no ramo de documentários. Apesar da carga dramática, sobretudo porque narra os momentos finais de Sergio antes do atentado responsável pela sua morte, o longa divide opiniões de público e crítica.

O "The New York Times" avaliou o filme como "regular", levantando pontos positivos e negativos na obra cuja participação de Moura foi além da atuação, já que o brasileiro também se dedicou à produção executiva ao lado de Brent Travers e Daniel Dreifuss. A resenha de Jeannette Catsoulis ao jornal norte-americano aponta "uma ênfase excessiva no caso de amor entre Sergio e Carolina Larriera (Ana de Armas), uma economista atraente das Nações Unidas. Encontram-se em Timor-Leste, fecham os lábios com uma chuva torrencial e o romance subsequente de foco suave tem o efeito de suavizar qualquer grão narrativo". Ainda de acordo com a crítica, alguns diálogos que, teoricamente, deveriam ser marcados por tensão absoluta, a exemplo do encontro com o infame líder do Khmer Vermelho, Ieng Sary, que segundo o texto, parece mais uma "conversa amigável".

O "Deadline" destaca a abordagem de Barker, considerada pelo autor da resenha, Pete Hammond, "eficaz e não linear". Benjamin Lee, do "The Guardian" atribuiu 3 estrelas (de um total de 5) ao filme, aproveitando para rasgar elogios às atuações de Wagner Moura e Ana de Armas.

"Moura, mais conhecido por interpretar Pablo Escobar em Narcos, tem um encanto instintivo que funciona como um atalho para explicar por que Sérgio era tão respeitado e admirado, entrando em uma situação ou sala com uma tranquila autoridade, qualquer que seja a escala da situação, e então quando chegamos ao final trágico do filme, a gravidade de sua perda tem muito mais impacto", disse o crítico, também destacando os pontos fracos relacionados ao exagero romântico no roteiro. 

No Brasil, as críticas também estão mornas. O "Omelete" considerou o filme regular, com atribuição de apenas duas estrelas. "Sérgio poderia aproveitar melhor as contradições de seu personagem e se aprofundar nelas, ao invés de traçar relações de causa e efeito de entrega rápida, pensadas para adequar a jornada do diplomata aos manuais de heroísmo e martírio do cinema", diz Marcelo Hessel. O "Adoro Cinema" subiu um pouco a avaliação, para 3,5 estrelas, destacando o esquema temporal do filme, conduzido pelo relacionamento amoroso de Sergio com Carolina Larriera (Armas) como o principal problema da obra. "[...] uma narrativa mais simplificada e direta ainda assim seria capaz de contar essa história da forma que ela verdadeiramente é: marcante e poderosa", explicou Barbara Demerov na resenha. 

"Sergio" já está disponível na Netflix e está rendendo fortes discussões nas redes sociais, sobretudo pela carga indiscutivelmente emocionante carregada na história do diplomata brasileiro.

Assista ao trailer:

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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