OMS esclarece que pessoas assintomáticas transmitem coronavírus

Maria van Kerkhove estava tentando explicar que ainda não se sabe o quão transmissível é o vírus por pessoas assintomáticas a partir dos estudos disponíveis e gerou polêmica
Maria van Kerkhove estava tentando explicar que ainda não se sabe o quão transmissível é o vírus por pessoas assintomáticas a partir dos estudos disponíveis e gerou polêmica
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

A Organização Mundial da Saúde informou ontem (8) por meio da epidemiologista Maria Van Kerkhove que era “muito raro” que pessoas sem sintomas de Covid-19 transmitissem a doença. A fala gerou grande confusão internacionalmente para o entendimento da transmissão da doença.

Kerkhove disse que "a partir dos dados que temos, ainda parece ser raro que uma pessoa assintomática realmente transmita adiante para um indivíduo secundário”, destacando que os governos e autoridades de saúde deveriam concentrar esforços em detectar e isolar as pessoas infectadas com sintomas, além de rastrear todos que tiveram contato com ela. Entretanto, a fala da epidemiologista estava relacionada a relatórios de alguns países que estão realizando estudos.

A fala da epidemiologista vai na contramão de meses de estudo e indicações da própria Organização que sempre sugeriu aos países que realizassem exames na maior quantidade possível da população e que intensificassem a quarentena geral como melhor meio de prevenção. Diversos países aderiram, em diferentes graus, estas recomendações, gerando graves danos às economias nacionais.

Com dubiedade da fala, a OMS então se precisou se pronunciar após inúmeras críticas e informou que, na verdade, pessoas assintomáticas também transmitem o coronavírus, entretanto não se sabe ainda qual a proporção de pessoas que tem a capacidade de contaminar.

Além disso, a Organização afirmou também que estão “absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo”, segundo o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan. A própria epidemiologista Maria Van Kerkhove se pronunciou sobre o caso para esclarecer o mal-entendido e informou que todas as pesquisas mencionadas na coletiva de segunda-feira (8), quando fez a afirmação, ainda estão em andamento: "Acho que é um mal-entendido afirmar que uma transmissão assintomática globalmente é muito rara, sendo que eu estava me referindo a um subconjunto de estudos. Também me referi a alguns dados que ainda não foram publicados, e essas são as informações que recebemos de nossos Estados-Membros".

E continuou: "A maioria das transmissões que conhecemos ocorre por pessoas com sintomas que transmitem o vírus por meio de gotículas infectadas. Mas há um subconjunto de pessoas que não desenvolvem sintomas".

Sendo assim, pesquisadores da área relatam que há a necessidade de se distinguir os grupos de pessoas que estão com o vírus no corpo. Assintomáticos são os que estão com o vírus Sars CoV-2, mas que não desenvolvem os sintomas de Covid-19, como tosse, febre e dificuldade respiratória; Pré-sintomáticos são as pessoas que estão com o vírus no corpo, mas ainda no período de incubação, e podem estar prestes a desenvolver os sintomas; E os Sintomáticos, são os possuem o diagnóstico positivo para a doença e apresentam sintomas.

Com isso, pessoas sem sintomas podem ser tanto assintomáticas quanto pré-sintomáticas, levando a uma grande dificuldade de diferenciação. Vale ressaltar que várias análises da OMS em relação a pessoas contaminadas sem sintomas, foi averiguado que elas tiveram alguns sintomas leves e passaram despercebido.

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Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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