Arnaldo Jabor morre aos 81 anos; Relembre seus trabalhos

O cineasta e jornalista coleciona trabalhos de grande relevância para a biblioteca cultural brasileira

Arnaldo Jabor escreveu e apresentou crônicas para a TV Globo até novembro de 2021
Arnaldo Jabor escreveu e apresentou crônicas para a TV Globo até novembro de 2021
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Arnaldo Jabor morreu aos 81 anos na madrugada desta terça-feira (15), após ser internado em dezembro do ano passado devido a um acidente vascular cerebral (AVC). O cineasta e jornalista coleciona trabalhos de alta relevância para a biblioteca cultural do país, incluindo longas-metragens, curtas, documentários e suas memoráveis crônicas jornalísticas na TV.

Jabor se formou pelo curso de cinema do Itamaraty-Unesco, em 1964, e trabalhou como assistente de direção, técnico sonoro e crítico de cinema antes de se tornar um premiado diretor. Ele se dedicou à segunda fase do Cinema Novo, retratando primordialmente assuntos políticos em suas obras. 

Entre seus filmes lançados, estão "Opinião Pública" (1967), um documentário em formato de longa-metragem sobre o olhar do brasileiro sobre a própria realidade, e o filme de ficção "Pindorama" (1970), que abriria as portas para Jabor ser indicado à Palma de Ouro no festival de Cannes, na França, e dar início a uma carreira de sucesso, com os filmes "Toda Nudez Será Castigada", vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973, e "O Casamento" (1975), que rendeu à atriz Camila Amado o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante.

Com Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo, Zezé Mota, Stênio Garcia, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães e José Dumont, "Tudo Bem", de 1978, também se tornou um de seus clássicos, abordando as contradições da sociedade brasileira com tonalidade satírica. 

Um de seus filmes mais recentes, "Eu Sei Que Vou Te Amar" (1986), também conta com Fernanda Torres no papel principal, ao lado de Thales Pan Chacon. O filme retrata um casal em crise e foi basicamente filmado em um cômodo, projetado por ninguém menos que Oscar Niemeyer. 

Arnaldo Jabor se dedicou expressivamente aos jornais e livros a partir dos anos 1990, em meio às rígidas dificuldades de patrocínio no governo Fernando Collor. A partir daí, começa sua carreira como cronista no "Jornal Nacional", "Bom Dia Brasil" e outros programas da TV Globo. Vários livros foram lançados por Jabor, incluindo “Os canibais estão na sala de jantar” (1993) e “Pornopolítica” (2006). 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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