Irritada e infantil, Juma não sabe o que quer em Pantanal
Crescer rodeada de desgraças não fez bem para Juma, que não consegue abandonar a amargura na novela


Cercada de tragédias desde quando era criança, Juma (Alanis Guillen) cresceu sob um teto assombrado que não foi capaz de lhe dar um abrigo tranquilo, transformando-a disparadamente na personagem mais amargurada de Pantanal. O que difere a nova Juma da versão antiga da personagem é o excesso de atitudes infantis escritas pelo autor Bruno Luperi, fator decisivo para que os espectadores da novela das nove tenham opiniões divididas sobre a noiva de Jove (Jesuíta Barbosa).
É plausível que Juma diga não para qualquer solicitação, criando uma bolha pessoal que somente ela consegue entender, mas a lógica foge ao controle a partir do momento em que ela sequer consegue evoluir. Se não fosse pela alfabetização garantida pelas aulas de Jove, seria fácil dizer que Juma continua estagnada em um mundo paralelo, sem dar chances para uma mudança positiva.

Sem saber o que realmente quer, Juma se apoia nos conselhos do Velho do Rio (Osmar Prado) e na insistência do noivo para guiar seu destino, mesmo sem saber exatamente qual rumo está seguindo. Qualquer tarefa parece um fardo para Juma, que ainda faz questão de destratar os responsáveis pela mudança radical em sua vida.
Repito, tudo isso faz jus à versão original de Pantanal, exceto pela infantilidade gradativa da personagem. Até as frases "num quero" e "num vô" já estão se tornando extremamente repetitivas, criando um círculo de memes e deboches desnecessários fora das telas, quando, na verdade, Juma poderia inspirar e cativar o público.
Tudo indica que esta seja apenas uma fase ambígua da personagem de Alanis Guillen, que entregou até agora uma ótima performance em Pantanal, carregando os maiores pesadelos de Juma através de uma personalidade marcante que tem tudo para vingar até o desfecho da trama. Resta saber quando a filha de Maria Marruá (Juliana Paes) vai atingir a maturidade que se espera de alguém que conhece de perto a maldade humana.
