Arlindo Cruz, ícone do samba, morre aos 66 anos no Rio de Janeiro

O Brasil se despede nesta sexta-feira (8) de um dos maiores nomes do samba: Arlindo Cruz morreu aos 66 anos, no Rio de Janeiro, após enfrentar complicações de saúde decorrentes de um AVC sofrido em 2017. A informação foi confirmada pela família do artista, que destacou o legado de alegria, generosidade e talento que Arlindo deixa para a música brasileira.

Nascido em Madureira, bairro tradicional do samba carioca, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu cercado por rodas de samba e desde cedo mostrou aptidão para a música. Aos 7 anos, ganhou o primeiro cavaquinho e, ao longo da juventude, mergulhou no universo do samba, tornando-se referência no partido-alto e inovando ao introduzir o banjo no gênero.

Arlindo ficou nacionalmente conhecido como integrante do grupo Fundo de Quintal, com quem gravou discos históricos e ajudou a renovar o samba nos anos 1980. Depois, seguiu carreira solo e em dupla com Sombrinha, acumulando sucessos como "Meu Lugar", "O Show Tem Que Continuar" e "Bagaço da Laranja". Sua obra ultrapassa 700 composições, muitas delas gravadas por grandes nomes como Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Alcione.

Além dos palcos, Arlindo Cruz foi presença marcante no carnaval carioca, especialmente como compositor de sambas-enredo para o Império Serrano, escola do coração. Em 2023, foi homenageado pela agremiação, desfilando ao lado da família e sendo ovacionado pelo público.

Desde o AVC, Arlindo enfrentava limitações motoras e cognitivas, mas seguia recebendo carinho dos fãs e da comunidade do samba. A família agradeceu as manifestações de apoio e destacou que "a música e o sorriso de Arlindo permanecerão vivos na memória do povo brasileiro".

O velório será realizado no Rio de Janeiro, aberto ao público, para que admiradores possam prestar as últimas homenagens. O samba perde um mestre, mas o legado de Arlindo Cruz continuará inspirando gerações e ecoando nos corações apaixonados pelo ritmo mais brasileiro de todos.