Polônia aciona OTAN para avaliar resposta após nova incursão russa em seu espaço aéreo
Governo polonês pede consultas à aliança militar após drones russos cruzarem fronteira; tensão cresce no leste europeu


A Polônia acionou formalmente a OTAN nesta quarta-feira (10) após identificar a entrada de drones russos em seu espaço aéreo durante a madrugada. O governo polonês confirmou que ativou o Artigo 4 do tratado da aliança, que prevê consultas entre os países membros sempre que a integridade territorial ou a segurança de um dos integrantes estiver ameaçada.
Segundo autoridades de Varsóvia, os sistemas de defesa aérea poloneses detectaram e rastrearam múltiplos objetos não identificados vindos da direção da Ucrânia, onde a Rússia intensificou ataques nas últimas semanas. A movimentação forçou a mobilização de caças poloneses e aliados, além do fechamento temporário de aeroportos na região leste do país.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, declarou que a situação representa uma escalada preocupante do conflito regional. “Estamos diante de uma provocação clara. A Polônia está pronta para proteger seu território e espera uma resposta coordenada da OTAN”, afirmou em pronunciamento. O governo russo, por sua vez, negou envolvimento direto e classificou as acusações como infundadas.
A reunião extraordinária dos embaixadores da OTAN foi convocada para analisar o incidente e discutir possíveis medidas de resposta. O secretário-geral da aliança, Mark Rutte, reforçou que a OTAN permanece vigilante e preparada para defender todos os seus membros. “Qualquer violação do espaço aéreo aliado é levada a sério e será avaliada com rigor”, disse.
Desde o início da guerra na Ucrânia, episódios de drones e mísseis cruzando fronteiras têm aumentado a tensão entre Rússia e países da OTAN, especialmente aqueles que fazem fronteira com a zona de conflito. A Polônia, como principal rota de apoio militar e humanitário à Ucrânia, tem reforçado sua defesa e buscado apoio internacional para evitar novas violações.
O episódio reacende o debate sobre os limites da atuação da OTAN e o risco de uma escalada militar direta entre a aliança e a Rússia. Novas consultas devem ocorrer nos próximos dias, enquanto a situação segue sob monitoramento intenso.
