Carros usados em execução de ex-delegado-geral de SP foram roubados na capital
Investigação aponta ligação entre roubo de veículos em São Paulo e assassinato no litoral paulista


A Polícia Civil de São Paulo confirmou nesta terça-feira (16) que os carros utilizados na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto em Praia Grande, no litoral paulista, haviam sido roubados na capital paulista dias antes do crime. A informação reforça a suspeita de que o ataque foi cuidadosamente planejado e envolveu criminosos com atuação interestadual.
Fontes, de 64 anos, foi assassinado a tiros na tarde de segunda-feira (15), enquanto dirigia pela cidade onde atuava como secretário municipal de Administração. Segundo as investigações, os criminosos utilizaram dois veículos para cercar e interceptar o carro do ex-delegado, que tentou fugir, mas acabou colidindo com um ônibus. Após o acidente, os suspeitos desceram dos automóveis e dispararam diversas vezes contra a vítima, fugindo em seguida.
De acordo com o boletim de ocorrência, ambos os carros envolvidos na ação tinham registros de roubo em bairros distintos da zona sul de São Paulo. A polícia acredita que os veículos foram levados ao litoral especialmente para a execução, o que indica o envolvimento de uma quadrilha organizada e experiente em crimes dessa natureza.
O governador Tarcísio de Freitas determinou a criação de uma força-tarefa para investigar o caso, reunindo equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “A ousadia e o planejamento dessa ação mostram a gravidade da situação. Não vamos poupar esforços para identificar e prender os responsáveis”, afirmou o governador em nota oficial.
Fontes era conhecido por sua atuação no combate ao crime organizado, especialmente contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele comandou a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022 e, desde 2023, estava à frente da Secretaria de Administração de Praia Grande. A motivação do crime ainda está sob investigação, mas a principal linha de apuração é de que a execução tenha relação com sua atuação policial.
Os veículos já passaram por perícia e as imagens de câmeras de segurança próximas ao local do crime estão sendo analisadas. A polícia busca identificar os autores e esclarecer todos os detalhes do caso.
