Bar mantém caipirinhas no cardápio após caso de bebida adulterada, mas clientes hesitam
Após denúncias de intoxicação, movimento cai e consumidores evitam drinques; fiscalização promete novas vistorias


Mesmo após relatos de intoxicação por bebida adulterada, um bar tradicional da zona sul de São Paulo segue servindo caipirinhas normalmente. O clima, porém, é de desconfiança entre os frequentadores, que agora pensam duas vezes antes de pedir o famoso drinque brasileiro. "A gente sempre vinha aqui para tomar caipirinha, mas agora preferimos cerveja. O medo ficou", conta Mariana Souza, cliente assídua do local.
O receio ganhou força depois que dois clientes relataram sintomas como náusea e visão turva, logo após consumirem caipirinhas no estabelecimento, na última sexta-feira (26). A suspeita é de que o álcool usado na preparação estivesse adulterado, possivelmente com metanol, substância tóxica e proibida para consumo humano. Ambos foram atendidos em hospitais da região e passam bem, mas o episódio acendeu o alerta.
De acordo com funcionários, a casa retirou as garrafas suspeitas e reforçou o controle sobre os fornecedores. "A gente só trabalha com marcas conhecidas, mas depois do susto, todo o estoque foi revisado. Só ficou o que veio direto do distribuidor oficial", afirma um garçom que preferiu não se identificar. Mesmo assim, o movimento caiu cerca de 40% no fim de semana, segundo estimativa do gerente.
A Vigilância Sanitária realizou uma inspeção no sábado e não encontrou irregularidades nas bebidas disponíveis atualmente. No entanto, prometeu intensificar as fiscalizações em bares e adegas da região. "É importante que o consumidor denuncie qualquer suspeita. O risco de intoxicação por metanol é sério e pode causar danos irreversíveis à saúde", alerta a coordenadora do órgão, Carla Menezes.
Enquanto isso, clientes seguem cautelosos. "Por enquanto, só refrigerante. Prefiro esperar até ter certeza que está tudo seguro", diz o estudante Felipe Ramos. O caso reacende o debate sobre a necessidade de rastreamento rigoroso das bebidas alcoólicas e maior transparência dos estabelecimentos sobre a procedência dos produtos servidos.
