São Paulo: Metrô registra queda de passageiros pela primeira vez em dez anos

São Paulo: Metrô registra queda de passageiros pela primeira vez em dez anos
Carol Souza
Por Carol Souza

De acordo com dados divulgados pelo Relatório da Administração da companhia, no último ano de 2013 o metrô de São Paulo registrou uma queda em seu número de usuários, e embora a redução seja pequena, cerca de 3,750 milhões para 3,743 milhões de passageiros por dia, esta é a primeira vez que isto ocorre desde 2004.

Segundo os dados do relatório divulgado no sábado (22), o sistema metroviário até transportou mais gente no ano passado do que em 2012. O aumento foi de 1,4%, alcançando 889 milhões de passageiros no ano. Mas o resultado se deve a um crescimento nos fins de semana: 2% de acréscimo, com média de 1,6 milhão de entradas no sistema por dia.

"Em um ano em que não houve inauguração de estações, esses números mostram que o metrô atingiu o máximo de sua saturação nos dias úteis. Não há mais capacidade de absorver demanda", diz o engenheiro de trânsito Horácio Augusto Figueira. 

Para Horácio, os números indicam que o metrô não tem mais condições de oferecer lugares para transportar os passageiros nos horários de pico dos dias úteis: "É por isso que é preciso começar a se pensar em operar em plena carga (com todos os trens funcionando) o dia todo. Aí, há chances de que parte das pessoas saia do horário de pico e comece a entrar no sistema um pouco depois", diz.

Outra saída, diz ele, é aumentar a capacidade dos ônibus. "Está claro que o Metrô precisa de ajuda para dar conta da demanda", afirma.

Os ônibus gerenciados pela SPTrans registraram aumento do número de passageiros, também em um porcentual pequeno (de 2,916 bilhão de pessoas em 2012 para 2,923 bilhão no ano passado) e a grande ampliação das faixas exclusivas para os coletivos aumentou em até 20% a velocidade de algumas linhas, segundo a Prefeitura. Esses dados, no entanto, não são o bastante para explicar a queda de passageiros no metrô. "Seria preciso ver a média dos dias úteis nos ônibus", observa Figueira.

Em nota, a Companhia do Metropolitano disse que a queda de passageiros é reflexo da inauguração das Estações Luz e República da Linha 4-Amarela (que abriram, na verdade, em 2011). 

De acordo com a empresa, as paradas "propiciaram mudanças no hábito de viagem dos usuários, que passaram a ter novas opções de integração entre linhas metroferroviárias. Essa mudança impactou diretamente a quantidade de passageiros transportados pelo Metrô de São Paulo, na medida em que reduziu o número de transferências entre linhas nas Estações Sé, Paraíso e Ana Rosa, demonstrando uma melhor distribuição da demanda na rede", diz a companhia.

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
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