CNM vai pedir mais prazo para aterros sanitários

CNM vai pedir mais prazo para aterros sanitários
Diário 24 Horas
Por Diário 24 Horas
Grande parte das prefeituras brasileiras não vai eliminar os lixões e depositar os resíduos em aterros sanitários a partir de 2 de agosto deste ano, conforme exige a Lei 12.305/2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A constatação é de uma pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e apresentada nesta segunda-feira, 28, em Porto Alegre.

Nem mesmo as etapas anteriores à dos aterros sanitários, como elaboração de planos de gestão integrada para a área, fechamento dos lixões, recuperação ambiental, implantação da coleta seletiva e compostagem, estão completas.

Dos 2.479 municípios com até 300 mil habitantes consultados, 1.280 (51,6%) possuem Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, 807 (32,5%) confirmam que encaminham os resíduos produzidos por seus moradores para lixões e, destes, 498 (61,7%) reconhecem que não conseguirão cumprir o prazo estabelecido pela legislação.

Diante da situação, a CNM está mobilizada para convencer o Congresso Nacional a mudar a data limite para a adequação à exigência e obter mais apoio do governo federal. O presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, destaca que a legislação criou uma despesa total estimada em R$ 70 bilhões sem indicar fontes de receita suficientes para a cobertura dos gastos. Afirma, ainda, que o governo federal costuma propagandear que há recursos para financiar quem apresentar planos, mas, na prática, limita as liberações.

Segundo a CNM, das 577 propostas apresentadas pelos municípios ao Ministério do Meio Ambiente entre 2011 e 2013, somente 96 se transformaram em contratos e, destes, apenas oito estão em execução, totalizando R$ 6,1 milhões. "Diante disso os prefeitos deixam de acreditar", observou. "Eles correm, gastam com viagens e diárias e depois é tudo contingenciado".

Para gestores e municípios que não cumprirem as exigências legais as sanções previstas vão de multas de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, perda de direitos políticos pelo período de três a cinco anos e reclusão pelo período de um a cinco anos.

Apesar de revelar que a situação angustia os prefeitos, Ziulkoski acredita que a prorrogação será aprovada na votação da Medida Provisória 649, que deve entrar na pauta do Congresso na próxima semana. "Se não for agora, logo depois da eleição a proposta vai passar" prevê, convicto de que tanto o governo federal quanto o parlamento sabem que os municípios não podem cumprir a exigência. Não estima, no entanto, qual seria o novo prazo, porque isso dependeria de variáveis que não passam só pelo financiamento, mas também pela necessidade de formar um corpo técnico para atender a demanda de projetos. "Se não for assim, em três ou quatro anos todos os prefeitos serão ficha suja", prevê, referindo-se à impossibilidade de fazer o investimento no prazo estabelecido atualmente.

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