A Terra Prometida: Paloma Bernardi,: “Vivi mais a vida da Samara do que a minha”

Em A Terra Prometida, depois de muitas maldades contra Aruna, Samara se deparou com um fim trágico em A Terra Prometida. Na tentativa de acabar com a vida da rival, a personagem causa a morte do próprio pai, Quemuel (Raimundo de Souza), e, inconsolável, desaparece no meio do deserto.

Maltrapilha e fraca, Samara é encontrada por Zaqueu (Ricky Tavares), momento em que pede perdão por tudo o que fez e dá adeus a uma vida cheia de rancor. Nos bastidores da novela bíblica, Paloma Bernardi, quem empresta corpo e voz à personagem, revela como foi se preparou para interpretar as duas fortes cenas na novela.

A morte do pai

Cena delicada e muito emotiva, a atriz procurou imprimir toda a tensão e tristeza que passou pela cabeça de Samara.

— Foi tenso. A morte do Quemuel foi muito forte. Nessas horas, passa um filminho na cabeça. Veio muito forte meu pai à minha mente. A gente tem essa coisa de buscar um pouco da memória emotiva, de trazer um pouco para a nossa família. Foi emocionante.

A atriz detalhou como foi o processo de criação até o resultado final da cena.

— Quando a gente lê a cena, pensa como vai fazer. Mas, na hora, tem que deixar acontecer, esquecer da técnica, de tudo o que a gente estudou e deixar a coisa fluir. Eu lembro que um toque da Ana Barroso [intérprete de Darda] – ela me deu a mão e falei “vem aqui pra ajudar meu pai” – de apoio, de carinho, de ajuda, esse pedido de socorro me emocionou muito.

O fim de Samara

Além da tensão de gravar a morte de sua personagem, a última cena de Samara teve um gostinho diferente em A Terra Prometida: o de conclusão de uma longa jornada na carreira.

— A minha morte, a minha despedida de fato, foi duas vezes mais emocionante! Ali é a morte da personagem que eu trouxe um ano todo comigo. Vivi mais a vida da Samara do que a minha. Fazer essa cena é a despedida de um trabalho, de um personagem que foi incrível para a minha vida, de uma história que eu ajudei a contar dentro de A Terra Prometida. É sempre difícil desapegar. Finalizar o trabalho com a morte é mais simbólico ainda.

A atriz contou que o momento final de Samara teve o olhar cuidadoso diretor Ajax Camacho para ser gravado.

— A gente ensaiou todo um mecanismo, fez toda a parte técnica, a equipe, o próprio Ricky Tavares que estava comigo na cena também me ajudou muito. Olha só como é importante a parceria dos atores: a gente ensaiou tecnicamente, depois a gente fez umas duas ou três vezes valendo, e já estava bacana. Eu estava quietinha ali no meu canto – a gente sempre busca ficar meio introspectiva.

Os preparativos, aliás, começaram antes de chegar ao estúdio.

— Eu já saí de casa numa energia para baixo. Quando as pessoas me encontram para gravar, eu sempre sou muito solar, estou sempre sorrindo, e, naquele dia, estava totalmente introspectiva, comigo, quietinha. Nesse momento da cena, o Ricky Tavares veio falar da minha família: “E a sua irmã? E a sua mãe, e o seu pai? Como estão?” Foi então que comecei a falar sobre eles. Como fazia tempo que não via a minha família, comecei a me emocionar e falei: “É agora! Vamos! Veio”. Ele me resgatou a família na hora.