Artista uruguaio Carlos Páez Vilaró morre aos 90 anos


Nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, o artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, reconhecido mundialmente por seus murais e pela incessante busca por seu filho desaparecido em um acidente aéreo na cordilheira dos Andes, morreu aos 90 anos, em sua casa, no Uruguai, informou a família a imprensa local.
Pintor, escultor e construtor, entre tantas outras facetas da arte nas quais se aventurou, Vilaró dedicou-se à representação da natureza e da comunidade afrodescendente sul-americana, depois de ter vivido vários anos na África.
"Estava ativo até agora... Estava lúcido e impecável, foi uma referência para todos", disse seu filho Carlos a um canal de TV local.
O artista também é lembrado pela busca por seu filho após um acidente aéreo sofrido pela equipe de rugby do colégio Old Christians, em 1972, enquanto atravessavam a cordilheira dos Andes em direção ao Chile.
Após 72 dias perdidos nas montanhas, apenas 16 jovens dos 45 passageiros sobreviveram, entre eles, o seu filho.
Vilaró nasceu na capital uruguaia, Montevidéu, no dia 1º de novembro de 1923 e morreu em casa, também seu museu e ateliê construída por ele mesmo em Punta Ballena e chamada Casapueblo, perto de Punta del Este.
Ele passou a sua juventude em Buenos Aires, onde foi aprendiz de tipógrafo, sua primeira experiência nas artes gráficas.
Na década de 40 retornou ao seu país e se dedicou à representação de tradições uruguaias, como o candomblé e as comparsas, e dos escravos africanos no Uruguai.
Vilaró recebeu conhecimento internacional por meio de várias premiações e um dos seus principais murais "Raíces de la Paz" (Raízes da Paz), considerada a maior pintura subterrânea do mundo, encontra-se na sede da Organização dos Estados Americanos em Washington.
Entre as suas obras estão grandes pinturas encontradas em hospitais no Chile e Argentina, assim como nos aeroportos do Panamá e Haiti.