Wagner Moura estrela drama homossexual em "Praia do Futuro"

Wagner Moura estrela drama homossexual em "Praia do Futuro"
Carol Souza
Por Carol Souza

Chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira (15) o novo longa nacional "Praia do Futuro", dirigido pelo cearense Karim Aïnouz com Wagner Moura como protagonista de um drama que o coloca no papel de um salva-vidas homossexual.

Ainda marcado por seu papel em "Tropa de Elite" como o Capitão Nascimento, Wagner Moura interpreta o salva-vidas Donato, profissional competente em seu trabalho que um dia, falha em salvar um turista alemão de um afogamento. Após este evento, Donato conhece Konrad, outro turista alemão, amigo do falecido, e se apaixona por ele e deixando o trabalho, o irmão, a quem cuida como um filho, e sua vida no Brasil para viver ao lado de Konrad em Berlim, na Alemanha.

Oito anos depois, Donato se vê confrontado pelo irmão mais novo, Ayrton, que vai à Alemanha cobrar respostas pelo abandono, tendo que conviver ainda com "um fantasma que fala alemão".

Apesar da premissa de um romance homossexual, Wagner faz questão de dizer que o longa, para ele, é muito mais do que apenas isso. "É que é muito mais do que isso, né? Acho uma pena se for assim, 'ah, o filme do cara que foi ser gay em paz'. A sexualidade é uma coisa importante no filme, ele é um cara que se apaixona por outro e tal. Mas é muito além disso. Poderia, inclusive, ser por uma mulher. O ponto é ele largar tudo e, especialmente, largar o menino (o irmão). Mas é que agora virou uma moda, né? Fico ouvindo as perguntas assim: 'e agora, e o beijo gay das meninas na novela? E o beijo gay que teve e não sei o que lá...'. Beleza, cara, mas pô, não é meio chato tudo isso?", questiona ele em entrevista ao G1.

Ainda durante a entrevista, Wagner, que recentemente anunciou que passará uma temporada longe do Brasil, revelou que trabalhar com o diretor Karim Aïnouz é a "concretização de um desejo antigo".

"Ah, o Karim é foda, cara! Ele é muito bom. É muito bom diretor e é uma pessoa muito vibrante. Ele escreveu 'Abril Despedaçado' e 'Cidade Baixa', em que eu atuei, e dirigiu o Lázaro (Ramos) em 'Madame Satã', então a gente era meio próximo... Mas como diretor não tinha rolado ainda. Aí eu vi 'O céu de Sueli', depois eu vi 'Viajo porque preciso, volto porque te amo' – você viu? E eu falei 'que porra é essa? Eu tenho que trabalhar com esse cara!'. Aquele filme é muito lindo, né?".

Sobre sua mudança do país, Wagner revela que "não etá dando para viver" no Brasil. "Tenho o maior amor por esse País, mas não está dando para viver aqui. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas estou gostando que meu próximo projeto vai me tirar do Brasil por uns dois anos", diz o ator, se referindo a minissérie sobre o narcotraficante Pablo Escobar que será dirigida por José Padilha, "Narcos".

"Praia do Futuro" já está em cartaz nos cinemas, e coincide com as datas de lançamento de longas como o remake de "Godzilla" e o filme "Sob a Pele", ficção científica com Scarlett Johansson.

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
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