Resumo da novela Velho Chico: Duelo entre Jacinto e Rosa é o destaque inicial da novela

Velho Chico finalmente entrou no ar, um pouco depois das 21h, com um ar bem brasileiro, a bordo de uma belíssima canção executada pela dupla Xangai e Maciel Melo, trajados a caráter para se tornarem parte categórica da trama, iniciada em meados da década de 1960. 

Logo depois, Tarcísio Meira surge interpretando o coronel Jacinto, segurando um charuto perto do fim, revoltado por não conseguir retorno positivo na tentativa de comprar as terras de algodão do capitão Rosa (Rodrigo Lombardi), que também aparece na tela logo em seguida, falando exatamente o que acha a respeito do manda-chuva da cidade, dizendo que o motivo pelo qual o rival paga tão pouco pelas terras valiosas é justamente para que ele possa vender, posteriormente, como se fosse dele, a um preço bem maior, levantando o questionamento na mente de alguns colegas. 

Padre Romão recebe Jacinto em sua igreja, onde ambos batem um papo curto, mas é exatamente a partir daí que uma das grandes expectativas do público é exibida: Rodrigo Santoro, intérprete de Afrânio, sem camisa, em cenas típicas de quem está curtindo uma fase agitada da vida, em meio aos estudos da universidade de direito, e aos encantos de sua grande paixão, Iolanda (Carol Castro), que também impressiona ao pegar o microfone e cantar uma canção. 

O grande coronel continua conversando com o padre, e o assunto em questão é o seu filho Afrânio, que entra na mente do pai como um futuro político na cidade. Então, Santoro aparece novamente em seu momento de descontração, abrindo um enorme contraste com as expectativas do rival de Rosa. "Cuidar dum fazendão daquele não é coisa pouca", diz Jacinto, deixando bem claro que precisa de ajuda e também faz questão de ver o seu garoto inserido definitivamente nos negócios. 

Em uma abertura incrível para demonstrar a qualidade incontestável da direção fotográfica, a novela Velho Chico abre espaço, mais uma vez, para uma bela trilha sonora, que mostra alguns agricultores e outros figurantes em trabalho nas fazendas e, finalmente, o tal Saruê aparece no bar do Chico no exato momento em que Rosa comenta algo a seu respeito, sem citá-lo especificamente. A tensão é imediata, em um duelo de olhares intrigante, que poderia ser muito bem utilizado em pelo menos duas fases do folhetim, mas como sabemos, ambos os personagens morrerão logo no início. 

"O preço pode ó, subir, descer, mas quem é que sempre fica com a fatia do bolo? Hein? O atravessador. Os produtor ficam só as migalha", diz Rosa, prosseguindo o comentário com uma acusação implícita de que seu rival é um ladrão, deixando bem claro que o considera um canalha, que ganha o "ouro" com o esforço dos outros. A esposa do capitão, Eulália (Fabíula Nascimento), fica assustada ao ver o marido chegando em casa com os nervos à flor da pele, xingando o coronel de todos os adjetivos possíveis. Em conversa com o padre, a mulher fica bastante preocupada, temendo um possível assassinato, olhando pelo fato de que Jacinto o ameaçou de morte. 

Mais uma vez, a bela trilha entra em cena, com lindas vocalizações e imagens que mostram um homem injustiçado, em busca da própria justiça e do que é importante ao povo que realmente lhe importa. Automaticamente, a tonalidade esperançosa da música é alternada para acordes menores destonantes e cheios de tensão, para combinar perfeitamente com o aparecimento do personagem de Tarcísio Meira, em conversa com Encarnação (Selma Egrei), sua amargurada esposa, que incentiva o manda-chuva a dar uma lição em Rosa, referindo-se ao capitão como "sujeitinho". Em seguida, o homem revela que sente falta da mulher, tenta beijar sua mão mas leva um tremendo fora. 

Um dos grandes capachos do coronel, Clemente (Julio Machado), aparece comendo uma refeição e deixa claro a uma das criadas da poderosa família que está ansioso para dar um fim no rival do patrão, pois é exatamente isso que está faltando para diminuir as tensões entre os dois homens em destaque na primeira parte desta grande estreia. 

Chico Diaz também dá o ar de sua graça, ainda no primeiro bloco, interpretando Belmiro, em uma luta para "escorar" um dos animais da fazenda, e recebe um café de sua esposa, Piedade (Cyria Coentro), em uma cena que mostra muito bem a dificuldade enfrentada pelo casal diante da seca vigente no momento. "Daqui não saio", diz o homem, orgulhoso de sua terra, e disposto a enfrentar qualquer coisa para não ter que se mudar. Diversas pessoas são assistidas pelo casal deixando as terras secas, com referência histórica muito bem exibida no primeiro momento da trama. "Senhor, tenha pena de mim, que o sofrimento é cruel e não tem fim", canta uma senhora, atribuindo mais emoção à novela, que inicia sua abertura oficial com a música "Tropicália", de Caetano Veloso, no primeiro comercial.