Dólar a R$ 5: Sem planos além das reformas, Paulo Guedes contesta Congresso

Nesta quinta-feira (12), diante de nova alta do dólar para R$ 5 e queda de 15% no Ibovespa, ativando mais uma vez o mecanismo de circuit breaker, que interrompe temporariamente as negociações na Bolsa de Valores para evitar perdas maiores aos investidores, o ministro da Economia Paulo Guedes informou que o governo Bolsonaro irá contestar no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Contas da União (TCU) o aumento de R$ 20 bilhões no Orçamento deste ano, após ampliação do acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), responsável por gerar o pagamento de um salário mínimo para idosos de baixa renda ou com deficiência, em determinação do Congresso.

Esta é mais uma prévia do quão determinada está a equipe bolsonarista na briga contra o poder Legislativo, ao mesmo tempo em que o ministro, na última quarta-feira (11), clamou por união durante discurso realizado em reunião entre a cúpula do Congresso e integrantes do Executivo, para debates e decisões sobre o coronavírus, oficialmente classificado como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Na ocasião, Guedes tentou acelerar as reformas que, segundo ele, são a melhor saída para a melhoria na economia brasileira, mesmo sem o envio formal ao Legislativo. 

"Temos que trabalhar juntos. A luta política existe. Mas a saúde do povo brasileiro está acima da luta política. Chegou o momento que não dá pra brigar. Agora é um problema de saúde pública e de impacto econômico", foi a fala do ministro da Economia na quarta (11). "Isso derruba toda a nossa expectativa de manter a correção de rumo que estamos fazendo na economia brasileira", foi o que ele disse na quinta, sobre a ampliação de R$ 20 bilhões no Orçamento, ainda sem citar planos alternativos emergenciais contra o caos gerado em meio à pandemia.