"O Brasil Não Pode Parar": Planalto compra briga de empresários com campanha anti-isolamento

Após pronunciamento de Jair Bolsonaro em que defende o retorno às atividades comerciais em meio à pandemia do novo coronavírus, uma parte considerável do país saiu em defesa do presidente da república, sobretudo por causa das perdas líquidas constatadas em diversos setores. Na última quarta-feira (25) o perfil do Governo do Brasil no Instagram publicou uma imagem que dava o pontapé inicial à campanha "O Brasil Não Pode Parar", acompanhado de um texto que, teoricamente, justificaria o porquê do retorno gradativo às atividades. 

"No mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do #coronavírus entre jovens e adultos. A quase-totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito", diz o início do texto. "Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade", finalizou a explicação, sem levar em consideração as determinações mundiais, sobretudo no que diz respeito à Organização Mundial da Saúde, que também na quarta-feira foi questionada sobre as recentes declarações do presidente brasileiro e disse, através da fala do diretor geral Tedros Ghebreyesus, que a responsabilidade da contenção da doença está diretamente ligada às ações das autoridades políticas. 

Fica claro, portanto, a aproximação do Planalto com a revolta da classe empresarial, que não admite as circunstâncias de isolamento social, a exemplo dos populares Roberto Justus, Junior Durski, Luciano Hang, entre outros que, além de demonstrarem indignação com as medidas tomadas por governadores e prefeitos para combater os avanços do Covid-19, declaram apoio total ao mandato de Bolsonaro, comprando suas brigas contra o Congresso, a Imprensa e a Esquerda, da mesma forma que o Governo Federal compra, atualmente, a briga dos empresários contra o interrompimento do comércio.