Crise entre Sergio Moro e Bolsonaro pode simbolizar enfraquecimento crucial para o Governo

Presidente planeja modificar o comando da Polícia Federal e enfrenta resistência do ministro da Justiça.
Presidente planeja modificar o comando da Polícia Federal e enfrenta resistência do ministro da Justiça.
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

O ministro da Justiça, Sergio Moro, demonstrou grande insatisfação com o comunicado enviado pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a pretensão de substituir Mauricio Valeixo no comando da Polícia Federal. As ameaças não são novidade, já que desde o ano passado acontecem investidas do presidente em direção à possível ampliação de seu nível de controle dentro da PF. Portais de notícia rapidamente publicaram informações sobre o suposto pedido de demissão de Moro, negado na tarde desta quinta-feira (23) pelo Ministério da Justiça, diante de mais uma crise gerada por Bolsonaro durante a pandemia do novo coronavírus. 

A queda de popularidade do Governo está ficando mais evidente a cada investida controversa, e desta vez os custos podem ser altos para o presidente, que enfraquece uma de suas principais relações. A reação de bolsonaristas também está dividida, mas grande parte ataca diretamente as informações publicadas pela imprensa, principalmente depois que o Ministério negou o pedido de demissão de Moro. 

Para a oposição, ficam inúmeras incertezas sobre o que virá a seguir, afinal estamos falando sobre uma enorme sub-crise gerada durante uma crise mundial devastadora, a partir de decisões inusitadas do presidente da república. E é claro que sobram os milhares de apoiadores de Bolsonaro que já chamam Moro de comunista. 

Para muitos, Sergio Moro ainda é um símbolo absoluto da luta contra a corrupção e uma forte aliança do Governo, portanto não é complexo considerar problemático o desejo do presidente em modificar o comando da Polícia Federal a contragosto do ministro. Após a notícia do jornal Folha de S. Paulo sobre a possível demissão, a Ibovespa chegou a cair 2%, zerando as perdas cerca de uma hora depois. Nas redes sociais, são mais de 200 mil publicações sobre o assunto até o fechamento desta matéria, e nos bastidores do Planalto, as discussões e incertezas sobre o futuro do Ministério da Justiça devem estar entre as pautas do dia. 

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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