Governo brasileiro minimiza proibição de entrada de brasileiros nos EUA
Ontem (24) o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou que estava suspendendo as viagens para os Estados Unidos para cidadãos não norte-americanos que estiveram recentemente no Brasil. Atualmente, o Brasil encontra-se como um dos países América Latina com mais casos de Covid-19.
O anúncio do Brasil seguiu restrições semelhantes nas viagens da China, Irã e Reino Unido, na tentativa de Trump de impedir um aumento de casos nos EUA. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany: "A ação de hoje ajudará a garantir que os estrangeiros que estão no Brasil não se tornem uma fonte de infecções adicionais em nosso país".
Do lado brasileiro, a medida adotada surpreendeu alguns políticos e confirmou o que era esperado por vir para outros. A atual política do Governo Bolsonaro altamente próxima da política americana gera atritos nas formas de como melhor conduzir a política externa brasileira construída nos últimos anos. Apesar da declarada amizade entre os dois presidentes, pouco se tem visto de ajuda pelo lado americano para amenizar a situação em solo brasileiro.
Mas, apesar de extremamente pragmática e sem muito diálogo entre os presidentes, do lado brasileiro a medida foi aceita sem agravos e como oportunidade para reforçar a cooperação entre os dois países e alfinetar as medidas estaduais, conforme os tuítes do Assessor de Política Internacional da presidência, Filipe Martins:
1. A restrição americana à entrada de brasileiros nos EUA tem o mesmo propósito de medida análoga adotada ANTERIORMENTE pelo Brasil em relação a cidadãos de todas as origens, inclusive norte-americanos, e de medidas semelhantes tomadas por ampla gama de países no mundo todo.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) May 25, 2020
6. No mais, não deveria ser novidade para ninguém que a prioridade do PR Bolsonaro, junto com o combate à epidemia, é garantir que os brasileiros tenham liberdade de ir e vir em seu próprio território, algo que lamentavelmente vem sendo desrespeitado por autoridades estaduais.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) May 25, 2020
Com isso, Filipe instiga que a medida não é discriminatória, mas sim sanitária, e o Ministério das Relações Exteriores também emitiu nota sobre o caso afirmando que ambos os países “têm mantido importante cooperação bilateral no combate à Covid-19”.
Entretanto, os Senadores e demais políticos como o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que esta medida mostra como o Brasil precisa urgentemente melhorar o enfrentamento ao vírus, já que as respostas dadas até o momento não estão surtindo efeito com o alto número de mortes diárias.