Village People pede a Trump que pare de tocar "Macho Man" e "Y.M.C.A." em campanhas

O líder da banda, Victor Willis, afirmou que 'não pode mais olhar para o outro lado'.
O líder da banda, Victor Willis, afirmou que 'não pode mais olhar para o outro lado'.
Carol Souza
Por Carol Souza

O Village People pediu que Donald Trump parasse de usar sua música em comícios, particularmente os hinos gays lendários "Y.M.C.A." e "Macho Man", após suas ameaças públicas de atirar em manifestantes e saqueadores.

No início desta semana, o líder de longa data da banda, Victor Willis, divulgou um comunicado dizendo que os recentes comentários do presidente o levaram ao seu ponto de ruptura, conforme informações do Stereogum.

"Se Trump ordenar que as forças armadas dos EUA atirem em seus próprios cidadãos (em solo dos EUA), os americanos aumentarão em números fora da Casa Branca de forma que ele poderá ser forçado a deixar o cargo antes da eleição. Não faça isso, senhor presidente!" Willis escreveu em seu Facebook pessoal. "E peço que você não use mais nenhuma das minhas músicas em seus comícios, especialmente 'Y.M.C.A.' e 'Macho Man'. Desculpe, mas não posso mais olhar para o outro lado".

Trump está tocando "Macho Man" e "Y.M.C.A." durante suas aparições públicas há anos, incluindo sua parada mais recente no lançamento de foguetes da SpaceX, ao lado do vice-presidente Mike Pence. Em fevereiro, Willis disse que estava bem com Trump tocando músicas do Village People porque "não estava sendo usado para um endosso específico", o que é "perfeitamente legal". No entanto, parece que a conversa em torno dos protestos de George Floyd o levou a reconsiderar essa postura.

A grande ironia ao longo de tudo isso, é claro, é que o Village People é um pilar da comunidade LGBTQ +, com "Macho Man" em particular sendo adotado como um dos maiores sucessos da era discoteca da comunidade queer.

Trump sempre parece orgulhoso em tocar a canção em plano de fundo em suas aparições, seja porque ele se vê falsamente como sendo fisicamente forte ou porque acha que isso estabelece um relacionamento com seus apoiadores do LGBTQ +. É aí que reside a desconexão óbvia: Trump banaliza questões LGBTQ +, ele proibiu pessoas trans de se matricularem nas forças armadas e escolheu um vice-presidente que apoia a infame terapia de conversão.

Após a morte de Floyd, todos, de Kendrick Lamar a Fiona Apple, marcharam pelos EUA para protestar contra a brutalidade policial e a desigualdade racial. E enquanto nos aproximamos da marca de duas semanas de protestos, fica cada vez mais claro que os americanos querem ver o sistema mudar, por isso os artistas estão levando balas de borracha nas pernas, hackeando os scanners da polícia para tocar em alto e bom som "Fuck Tha Police", do N.W.A., doando milhões para organizações anti-racistas, refletindo sobre a realidade do racismo inconsciente e exortando de maneira cada vez mais forte e contundente o Chefe de Estado, que a cada dia parece deixar mais claro seu "flerte" com a ideologia da "supremacia branca".

Victor Willis solicitou a retirada das músicas das campanhas de Trump
Victor Willis solicitou a retirada das músicas das campanhas de Trump
Victor Willis solicitou a retirada das músicas das campanhas de Trump

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
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