Ídolo de gerações, ex-goleiro Marcos se afunda em fanatismo político

Para o astro do Palmeiras, é mais inteligente atacar os fãs do que investigar os fatos
Para o astro do Palmeiras, é mais inteligente atacar os fãs do que investigar os fatos
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Desconstruções de ídolos nunca são fáceis. No futebol, muitos começam a carreira na infância, e com a rotina de treinamentos e metas cada vez maiores, torna-se um desafio conciliar a competitividade do esporte com o aprendizado de mundo, principalmente quando se insere na vida a necessidade de defender e honrar a camisa de um clube. Marcos Roberto Silveira Reis é considerado um dos maiores ídolos da história do Palmeiras e marcou sua trajetória com passagens emblemáticas na seleção brasileira. Com a aposentadoria, porém, surgiu espaço para as manifestações paralelas à vida de atleta.  

Nas redes sociais, Marcos exibe conspirações contra políticos de inúmeras esferas, menos quando se trata do presidente da república, Jair Bolsonaro, uma espécie de símbolo sagrado para o ex-goleiro, que na última quinta-feira (18) causou discórdia generalizada entre os seguidores ao publicar a imagem de um tapete de boas-vindas com a imagem de um revólver e a seguinte frase: "Se veio aqui falar mal do Bolsonaro, desculpa, mas veio no lugar errado".

Como já é de se esperar, não foram todos que entraram em conflito com a opinião - caso contrário, Bolsonaro não teria sido eleito -, mas percebe-se um clima amargo de internautas que realmente enxergavam inspiração em Marcos, sempre determinado e valente no esporte que lhe rendia gritos apaixonados da torcida palmeirense.

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Em outros posts, Marcos ironiza quaisquer figuras políticas que atravessem o caminho contraditório de Bolsonaro, a exemplo de Dilma Rousseff, ou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Em outras ocasiões, ele insere algumas teorias da conspiração, como a ideia de que a China teria fabricado o vírus para elevar sua potência em âmbito mundial e, ainda por cima, "vender a máscara". 

Para piorar, sua postura diante dos comentários negativos dos fãs são ainda mais decepcionantes. Fingindo algum tipo de deficiência neurológica ou ignorando a necessidade de investigação dos fatos, Marcos ataca seus próprios seguidores quando os relaciona a uma "geração de merda" ou utiliza o termo "Zé Ruela" para critica-los, entre outras afrontas inexplicáveis, que poderiam ser evitadas com uma simples dedicação ao estudo dos acontecimentos políticos globais ao invés de defender bandeiras sem causa, sem evidências favoráveis e sem vantagens para o povo.

Marcos - também chamado de São Marcos pelos fãs palmeirenses - mostra que está longe de representar algum tipo de santidade e prefere se afundar em um fanatismo político cego e contraditório do que manter sua essência batalhadora conquistada com uma carreira de sucesso histórica.

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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