Facebook liga assessor de Bolsonaro a esquema de fake news e 'gabinete do ódio'

Investigações do DFRLab derrubaram esquema de desinformação ligado ao presidente
Investigações do DFRLab derrubaram esquema de desinformação ligado ao presidente
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Tercio Arnaud Tomaz, assessor do presidente Jair Bolsonaro, foi apontado pelo Facebook como administrador de alguns dos perfis responsáveis pela divulgação em massa de fake news. Ele, que também está conectado ao chamado "gabinete do ódio", foi alvo de uma investigação do Atlantic Council’s Digital Forensic Research Lab (DFRLab), que mantém uma parceria com o Facebook desde 2018 para realizar serviços de análise independente de remoções relacionadas a conteúdos e comportamentos inautênticos coordenados. 

As investigações derrubaram a rede de contas falsas relacionadas ao PSL e à família Bolsonaro, somente através de apuração de mensagens e publicações divulgadas nas páginas removidas, que apontaram Tomaz como único responsável pelas páginas. Vale lembrar que o assessor também coordenou a campanha online do presidente nas eleições de 2018, e antes disso já trabalhava com o vereador Carlos Bolsonaro como auxiliar de gabinete. 

Dois assessores do deputado Eduardo Bolsonaro também foram identificados como membros atuantes dos perfis que disseminavam desinformações: Eduardo Guimarães, apontado pela CPI das fake news como criador de páginas que atacavam opositores de Bolsonaro, e Paulo Eduardo Lopes, conhecido como Paulo "Chuchu", apontado como um dos principais administradores da rede de fake news. 

O Facebook informou que além das 35 contas, 14 páginas e um grupo excluídos no Facebook, também apagou 38 contas no Instagram, totalizando uma perda de 883 mil curtidas no Facebook e 917 mil seguidores no Instagram para a rede de desinformação. As investigações também relataram o valor de US$ 1,5 mil gastos em real para os anúncios nas páginas. 

Em nota, o PSL afirma que "não é verdadeira a informação de que sejam contas relacionadas a assessores do PSL, e sim de assessores parlamentares dos respectivos gabinetes, sob responsabilidade direta de cada parlamentar, não havendo qualquer relação com o partido". A assessoria de Flávio Bolsonaro também se manifestou: "O governo Bolsonaro foi eleito com forte apoio popular nas ruas e nas redes sociais e, por isso, é possível encontrar milhares de perfis de apoio. Até onde se sabe, todos eles são livres e independentes."

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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