CEO da Apple, Tim Cook, defende suspensão do Parler: 'aquilo não é liberdade de expressão'

Cook disse em entrevista que a Apple 'olhou para o incitamento à violência que estava lá e... não consideramos aquilo liberdade de expressão.”
Cook disse em entrevista que a Apple 'olhou para o incitamento à violência que estava lá e... não consideramos aquilo liberdade de expressão.”
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

O CEO da Apple, Tim Cook, disse que as postagens no aplicativo social de direita Parler representavam um “incitamento à violência” que justifica sua remoção da App Store. Em uma entrevista concedida ao "Fox News Sunday" que vai ao ar no próximo domingo (17), Cook disse ao âncora Chris Wallace que a Apple "olhou para o incitamento à violência que estava lá e... não consideramos aquilo liberdade de expressão.”

Por enquanto, o retorno do Parler a qualquer plataforma de internet parece altamente improvável. No sábado, a Apple removeu o aplicativo de sua loja, citando ameaças de violência e atividades ilegais no aplicativo, após o tumulto mortal pró-Trump no Capitólio dos EUA. “Parler não tomou medidas adequadas para lidar com a proliferação dessas ameaças à segurança das pessoas”, disse a Apple em 9 de janeiro. O Google havia tomado a mesma ação para remover o aplicativo da Play Store nos dispositivos Android. 

No domingo (10), a Amazon retirou os serviços de hospedagem de Parler, com a gigante do e-commerce citando quase 100 exemplos de ameaças violentas no aplicativo defendido pelos apoiadores de Trump e, aqui no Brasil, pelos seguidores do presidente Jair Bolsonaro. 

O Parler processou a Amazon na segunda-feira (11), alegando que a empresa violou seu contrato e violou a Lei Antitruste Sherman ao supostamente conspirar com o Twitter para fechar o aplicativo. A Amazon, em um processo judicial aberto em 12 de janeiro, disse: “Este caso não é sobre suprimir discurso ou sufocar pontos de vista. Não se trata de uma conspiração para restringir o comércio [...] Em vez disso, este caso é sobre a falta de vontade e incapacidade demonstrada por Parler para remover dos servidores da Amazon Web Services ('AWS') conteúdo que ameace a segurança pública, por exemplo, incitando e planejando o estupro, tortura e assassinato de funcionários públicos nomeados e cidadãos privados.”

Em uma entrevista à Reuters esta semana, o CEO do Parler, John Matze, admitiu que o aplicativo pode nunca mais ficar online, dizendo: “É difícil manter o controle de quantas pessoas estão nos dizendo que não podemos mais fazer negócios com elas”.

Antes de o aplicativo sumir, Matze, que já trabalhou brevemente para a divisão AWS da Amazon, reclamou em postagens no aplicativo que empresas de tecnologia estavam conspirando para colocar Parler na lista negra e atacou "empresas com motivação política e aqueles autoritários que odeiam a liberdade de expressão". Ele também afirmou que a "maioria das pessoas no Parler são pessoas não violentas que querem compartilhar suas opiniões, fotos de comida e muito mais.”

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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