Imprensa faz parceria histórica para garantir transparência nos dados do coronavírus

Veículos de comunicação prezam pela transparência no balanço de casos da doença.
Veículos de comunicação prezam pela transparência no balanço de casos da doença.
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Os recentes atrasos e divergências nos balanços oficiais do Ministério da Saúde sobre o coronavírus preocuparam especialistas e mantiveram diversos veículos de comunicação em situação de desespero, já que os registros da própria entidade que deveria prezar pela transparência e, principalmente, pela garantia de veracidade, começaram a gerar dúvidas. Nesta segunda-feira (8), foi anunciada uma parceria histórica da imprensa, entre os veículos Uol, Folha de S. Paulo, G1, Estadão, O Globo e Extra, que agora unem forças para criar balanços diários completos e totalmente autônomos, com trabalho jornalístico responsável pela reunião de todos os registros das secretarias estaduais de saúde dos 26 estados e o Distrito Federal. 

A decisão veio após o presidente Jair Bolsonaro anunciar a restrição de informações sobre a pandemia, retirando dos balanços a quantidade de casos e mortes confirmadas desde o início do surto e mantendo apenas os registros nas últimas 24 horas, que também apresentaram sérias divergências com os registros estaduais no final de semana. Com a parceria, os veículos trabalharão de forma colaborativa para garantir ao público a reunião precisa dos dados, com uma ampla equipe de revisão e adequação dos textos até a divulgação oficial diária, oficialmente programada para às 20h. 

A medida também surgiu como forma de manter a divulgação dos dados do coronavírus em uma faixa de horário condizente com o que estava sendo trabalhado anteriormente (O Ministério da Saúde decidiu adiar a divulgação de 19h para 22h, sem grandes explicações a não ser a de que os registros supostamente seriam feitos com maior cautela). Inviável para os veículos, sobretudo para os jornais televisivos, o novo horário da entidade passou a prejudicar não apenas os jornais, mas, também, a população que espera por números precisos, em horário justo. 

O diretor de redação do jornal O Globo afirma que, neste momento, a concorrência é deixada de lado por um bem maior: "levar à sociedade o dado mais preciso possível sobre a pandemia. Essas informações orientam as pessoas e as políticas públicas. Sem elas, o país mergulha em um voo cego. O jornalismo cumprirá seu papel”. 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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