Ator de Velho Chico sofre derrame, entra em coma e é substituído

A participação de Umberto Magnani em Velho Chico não era tão grande, mas suas aparições sempre tinham plena capacidade de gerar emoção em grande parte dos telespectadores, seja por suas lições dadas aos fiéis na cidade de Grotas do São Francisco, ou mesmo pelo seu olhar cansado aliado à angústia de ser uma das figuras mais antigas do local, tendo vivenciado uma série de acontecimentos terríveis e que também deram espaço a milagres inesquecíveis, fazendo de sua religião e trabalho uma arma poderosa contra a ação desempenhada pelos agentes mais inescrupulosos presentes no enredo, a exemplo de Afrânio (Antônio Fagundes) e seus capangas, com destaque para Cícero (Marcos Palmeira), um homem que não descansará enquanto não destruir a vida de Santo (Domingos Montagner), seu maior inimigo. 

Infelizmente, esta terça-feira (26) se tornou "palco" de uma notícia deprimente ao redor do país, já que o ator que dá vida ao Padre Romão sofreu um derrame e entrou em coma profundo, deixando os produtores, autores e o diretor Luiz Fernando Carvalho completamente chocados com o ocorrido, além, é claro, dos fãs de um dos artistas veteranos de maior expressão na história da dramaturgia brasileira, com trabalhos datados desde a década de 1970. 

Os responsáveis pelo folhetim foram procurados pela imprensa e Bruno Luperi Barbosa não demorou muito para dar suas declarações a respeito do caso, afirmando que a tristeza foi imensa, sobretudo pela proximidade de Umberto e a família do escritor, levando-se em contra que trata-se de uma linhagem muito ligada com Benedito Ruy Barbosa e seus trabalhos de décadas. Após ter sido afastada da produção, Edmara Ruy Barbosa acabou não se juntando ao filho para dar seu parecer. 

Padre Romão será substituído na trama por Benício, interpretado por Carlos Vereza. "Nossa ideia é trabalhar da mesma maneira e trazer um personagem que foi amigo de Romão na época de seminário", destaca Luperi ao comentar sobre a escolha. "Eles dois se consideram irmãos e, na ocasião do afastamento, Benício garante o mesmo princípio e resgata o mesmo arquétipo", prossegue o co-autor, lembrando que há um sentido implícito na entrada do personagem. "Ambos são bons emissários de Deus e passam as premissas de São Francisco de Assis", conclui.