Bolsonaro convoca fãs para manifestação anti-Congresso e cria cenário de caos no Brasil

Presidente pode responder por crime de responsabilidade
Presidente pode responder por crime de responsabilidade
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

As insatisfações com o governo Bolsonaro tomaram proporções perigosas para o presidente da República, que conta, principalmente, com o apoio dos fãs conquistados ao longo dos anos de pré-campanha presidencial para frear as "tentativas de boicote", como ele mesmo chama os direcionamentos da imprensa nas matérias sobre seu mandato. Na última semana, bolsonaristas utilizaram o Twitter para convocar a população para uma manifestação a favor do presidente, no dia 15 de março, em todo o Brasil. Para reforçar e oficializar a campanha, Bolsonaro compartilhou um vídeo, via WhatsApp, repetindo a convocação e afirmando que se trata de um grito contra o Congresso

Na última terça-feira (25), diversas lideranças políticas manifestaram-se contra a atitude do presidente. Fernando Henrique Cardoso considerou a convocação como uma "crise institucional de consequências gravíssimas". Até mesmo o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), disse que a manifestação é “inoportuna”. O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, confirmou nesta quarta-feira (26) que Bolsonaro pode ser enquadrado em crime de responsabilidade pela convocação ao ato gerado a partir de críticas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que os primeiros anúncios referentes ao dia 15 de março foram realizados após as problemáticas envolvendo o ministro general Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, que chamou o Congresso de "chantagista" e mobilizou bolsonaristas por uma atitude radical. 

No vídeo em questão, é perceptível que os criadores deixam oculta a menção ao Congresso, de forma óbvia, já que possíveis condenações precisam ser evitadas, mas não restam dúvidas de que o ato pode gerar um clima de caos generalizado no país, sobretudo pelo aumento da rivalidade entre a extrema direita e o restante da nação. Tudo isso acontece em meio a problemas paralelos no governo Bolsonaro, entre disparos no câmbio, congelamentos de programas como o Bolsa Família, comentários desrespeitosos de líderes contra a minoria, ataques à imprensa, entre outros inúmeros fatores que afastam cada vez mais o Planalto dos demais poderes.

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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