General Eduardo Pazuello assume interinamente Ministério da Saúde

O General não é médico e não possui nenhum tipo de especialidade na área da saúde. Destaca-se pelo seu trabalho em Logística em ações como os Jogos Olímpicos
O General não é médico e não possui nenhum tipo de especialidade na área da saúde. Destaca-se pelo seu trabalho em Logística em ações como os Jogos Olímpicos
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

Ontem (15), o médico oncologista Nelson Teich pediu demissão do cargo de Ministro da Saúde do Governo Bolsonaro. Esta foi a segunda demissão do alto cargo do ministério em meio à pandemia do novo coronavírus por divergências entre os planos de ação requeridos pela presidência e apresentados pela pasta.

As divergências entre os estudos e ações elaborados por Teich e sua equipe iam na contramão do solicitado pelo presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro não era um forte adepto da utilização de cloroquina como medicamento, como defendido por Bolsonaro, e via como necessário o lockdown em algumas regiões do Brasil, enquanto o presidente almejava um plano de relaxamento da quarentena.

A saída de Teich tumultuou bastante o cenário político brasileiro já conturbado após os pedidos de exoneração de cargo de Luiz Henrique Mandetta, do Ministério da Saúde, e de Sérgio Moro, do Ministério da Justiça. Em sua saída, Nelson Teich comunicou que esperava um novo ministro “pronto para auxiliar os secretários estaduais e municipais a tentar entender o que está acontecendo e pensar próximos passos”.

Após a saída de Teich, o cirurgião plástico conhecido como Dr. Rey gravou um vídeo em suas redes sociais solicitando ao presidente que cotasse seu nome para o cargo, indicando que possui conhecimento trazido dos Estados Unidos e defende a hidroxicloroquina.

Após um dia quente em Brasília, o presidente empossou interinamente no cargo de Ministro da Saúde, o General do Exército Eduardo Pazuello. Pazuello é especialista em Logística, foi coordenador logístico das tropas do Exército durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, e o responsável por coordenar as operações da Operação Acolhida no auxílio à imigrantes venezuelanos em Roraima.

Em entrevista à Veja em 21 de abril, quando foi convidado para atuar no ministério da Saúde, o general Pazuello disse: "O meu grau de conhecimento específico, técnico, de médico, é leigo. A gente observa que dados precisam ser melhorados, a gente precisa ter números mais fidedignos, com menos risco de manipulação, para que se definam as estratégias em cima de dados reais. Se você não tiver certeza absoluta dos dados, tudo o que você planejar não tem resultado".

Neste meio tempo, o general Pazuello, que atuou na pasta como secretário executivo, é o mais novo militar a chegar ao alto escalão do governo Bolsonaro. Pela indicação, o militar deve permanecer no cargo por uma semana até que se encontre nome fixo para o posto. Além do general, outras pessoas cotadas para o cargo são o deputador federal Osmar Terra, a médica Nise Yamaguchi e Claudio Lottenberg do Hospital Israelita Albert Einstein. Ainda não se sabe se o presidente levará adiante o pedido de Dr. Rey.

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Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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