Coronavírus: Pazuello tenta doar 1 milhão de testes quase vencidos para o Haiti

Uma equipe de Pazuello já está em Porto Príncipe para fechar as negociações e avaliar se o país terá condições de receber o material
Uma equipe de Pazuello já está em Porto Príncipe para fechar as negociações e avaliar se o país terá condições de receber o material
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

O Ministério da Saúde está agilizando ações que busquem reduzir a carga de desgaste da imagem do general Eduardo Pazuello, chefe da pasta, no cenário nacional, mas as escolhas tomadas para os próximos dias e semanas podem simbolizar de uma vez por todas o decréscimo de popularidade do ministro, que planeja doar parte dos cerca de 5 milhões de testes para detecção de Covid-19 que estão abandonados em um armazém federal em São Paulo, com data de vencimento prevista para abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão). 

Como esforço para reduzir o estoque de testes estocados sem uso, a primeira decisão do Ministério da Saúde consiste em realizar uma doação de 1 milhão de unidades para o Haiti. Uma equipe de Pazuello já está em Porto Príncipe para fechar as negociações e avaliar se o país terá condições de receber o material. Além disso, outro lote de testes foi oferecido a hospitais filantrópicos e Santas Casas, que deverão recusar a doação.

Os fracassos de logística rodeiam o comando de Pazuello na Saúde, sobretudo depois que Manaus entrou em colapso por causa da displicência do ministro em relação aos acontecimentos que se agravavam nitidamente no Amazonas. Com isso, o general passou a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão na ajuda ao estado, fato que o levou a depor à Polícia Federal na última semana. 

A displicência no cargo também inclui a demora para compra vacinas, a defesa de tratamentos precoces contra Covid-19 sem nenhum tipo de comprovação científica e a constante omissão dos erros e atentados graves do presidente Jair Bolsonaro contra a nação. 

Ainda de acordo com o Estadão, em reportagem publicada em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde guardava 7,1 milhões de exames RT-PCR, e cerca de 96% do estoque foi jogado no lixo por se aproximar da data de vencimento e nunca sair do depósito. 

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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