Com crises políticas caóticas, Brasil já é o 3º país com mais casos de coronavírus
No meio de uma pandemia, espera-se que as figuras de comando de cada país desempenhem funções imediatas em benefício do povo e da melhor conduta diante da situação. No Brasil, é preciso conciliar a luta pelas vidas com a crise política caótica gerada pelo presidente Jair Bolsonaro em meio ao "fogo cruzado", com afastamentos controversos nos ministérios e a consequente perda de tempo e lógica ao realizar trocas que atendam aos seus próprios interesses.
Em pouquíssimo tempo, duas demissões no Ministério da Saúde e a emblemática saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça demonstram o nível de relevância que Bolsonaro dá à pandemia e, obviamente, prejudicam a qualidade das ações contra o avanço da Covid-19.
Inicialmente debochada pelo Governo, que ainda tenta empregar o retorno das atividades comerciais e o isolamento vertical, a pandemia atingiu patamares altíssimos no Brasil, ultrapassando o Reino Unido e se tornando o 3º país com maior número de casos no mundo, com 254.220 casos confirmados até a noite de segunda-feira (18), e 16.792 óbitos. São milhares de casos surgindo diariamente, em um ritmo que já se tornou um desafio praticamente impossível para os centros de saúde, extremamente sobrecarregados.
O vírus já circula livremente pelo país (transmissão comunitária) desde o dia 21 de março, conforme informado pelo Ministério da Saúde, o que transforma a pandemia em um desafio realmente complexo, já que não é mais possível identificar a cadeia de infecção, como era feito nos casos importados ou nas transmissões locais.
Com essa lógica em mente, é natural chegar à conclusão que as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e demais especialistas da área médica sejam seguidas à risca, mas, por algum motivo ainda inexplicável, a postura do presidente caminha em direção contrária à racionalidade e à necessidade de proteger a população.