Jornais internacionais repercutem vídeo da reunião com Bolsonaro

A reunião ministerial ocorreu em 22 de abril e teve trechos de sua gravação divulgado pelo STF
A reunião ministerial ocorreu em 22 de abril e teve trechos de sua gravação divulgado pelo STF
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

Ontem (22) o Ministro do STF, Celso de Mello, quebrou o sigilo do vídeo da reunião ministerial ocorrida com o presidente Bolsonaro no mês de abril e foi citada pelo ex-ministro Sérgio Moro em seu depoimento à Polícia Federal como prova da interferência do presidente na Polícia Federal.

O vídeo já estava gerando desconforto na política brasileira antes mesmo da divulgação ao público, após a quebra do sigilo e a divulgação em cadeia nacional de televisão, os ânimos ficaram ainda mais exaltados. Vários políticos e pessoas influentes foram as suas redes sociais falar sobre as falas consideradas antidemocráticas por parte do atual quadro de ministros do governo e do próprio presidente. O próprio ex-ministro Sérgio Moro falou em seu Twitter que com a liberação do vídeo "a verdade veio à tona". 

Internacionalmente, vários jornais repercutiram o caso como um episódio de insultos e ameaças feitas pelo presidente e seus companheiros. A agência Reuters colocou em sua manchete "Em vídeo, Bolsonaro diz que policiais são substituídos para impedir que a família seja 'ferrada'". E relata que "o vídeo chega em um momento ruim para Bolsonaro. Seus problemas políticos levaram a rumores sobre impeachment. Ele também está sob pressão por lidar com o surto de coronavírus".

O AlJazeera tem em sua manchete que "Vídeo da reunião do gabinete coloca Bolsonaro no Brasil sob fogo", mas que o presidente Bolsonaro negou pressão inadequada e insistiu que suas citações foram mal interpretadas. O jornal ainda reitera o momento crítico em que o governo atual se encontra, já que presidente fez diversas tentativas de minimizar a pandemia de coronavírus, que já matou mais de 20.000 brasileiros.

O jornal Argentino, Clarín, relata uma "Chuva de críticas a Jair Bolsonaro", e que a divulgação dessas imagens ocorreu no mesmo dia em que o Brasil ultrapassou a Rússia em número de casos de coronavírus e se tornou o segundo país do mundo com mais infecções, atrás dos Estados Unidos.

O El País reforça que o vídeo é "um encontro explosivo entre Bolsonaro e seus ministros com ameaças e insultos", e que o presidente enxerga os serviços oficiais de informação, que "eles são uma vergonha", "eles apenas desinformam", visando defender que ele tem uma rede particular de informantes. Mas apesar do posicionamento de Bolsonaro, as ameaças mais sérias são emitidas pelos ministros.

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Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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