Caso George Floyd: Madonna divulga vídeo de filho dançando em "homenagem" e recebe críticas na web

O post performático do filho da Rainha do Pop dividiu os seguidores
O post performático do filho da Rainha do Pop dividiu os seguidores
Carol Souza
Por Carol Souza

Seria uma atitude sábia de Madonna se ela decidisse por "deixar de lado" suas atualizações no Instagram de vez em quando. Nesta última quinta-feira (28), a veterana ícone pop compartilhou um vídeo de seu filho de 14 anos, David Banda, dançando ao som do single do álbum "HIStory", de Michael Jackson, "They Don’t Care About Us" - que inclusive, teve seu vídeo clipe gravado na Bahia, em 1996.

O registro deveria ser uma forma de homenagem à George Floyd, de 46 anos, que foi tragicamente morto por policiais de Minnesota, nos EUA, na noite da segunda-feira (25).

Na legenda do vídeo do filho, Madonna escreveu: "O assassinato brutal viaja pelo mundo todo, meu filho David dança para honrar e homenagear George e sua família, e todos os atos de racismo e discriminação que acontecem diariamente na América". Confira abaixo:

Não é de surpreender que a mensagem tenha chegado com um baque ensurdecedor na web, gerando milhares de críticas e zombarias à "Material Girl" pelo post performático.

Com memes e questionamentos, internautas não pouparam Madonna, e foram desde comentários irônicos como "Madonna mostrando ao mundo todo seu filho negro dançando" à questionamentos como "E como esse vídeo deveria nos ajudar?".

Em um vídeo captado no momento da abordagem violenta, é possível ver um dos policiais, identificado como Derek Chauvin, pressionando seu joelho e lançando todo seu peso no pescoço de Floyd, que por diversas vezes disse "eu não consigo respirar". A polícia local disse em comunicado que Floyd morreu "após um incidente médico durante uma interação policial".

A ação deu início a uma série de manifestações na cidade, que já duram três dias, com manifestantes ateando fogo em delegacias, carros de polícia, entre outros.

A morte de Floyd foi comparada à de Eric Garner em Nova York em 2014, que assim como Floyd, estava desarmado, não oferecia perigo aos oficiais e repetiu diversas vezes "Não consigo respirar", enquanto era sufocado por um policial - o momento também foi registrado em vídeo. "Executaram meu irmão em plena luz do dia. Estou cansado de ver pessoas negras morrendo", afirmou Philonise Floyd, irmão da vítima, à CNN. 

Em declaração posterior, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, condenou a ação: "Por cinco minutos seguidos, um policial branco em nosso departamento de polícia pressionou o joelho contra o pescoço de um homem negro algemado, que não era uma ameaça e estava articulando muito claramente como sua saúde física estava sendo prejudicada e como ele não conseguia respirar".

O prefeito ainda questionou o motivo pelo qual o policial segue em liberdade. "Nas últimas 36 ou 48 horas, tenho me perguntado a questão subjacente principal: 'Por que o policial que matou George Floyd não está na prisão agora?' E não posso responder a essa pergunta".

Sobre o autor

Carol Souza
Carol SouzaAmante do cinema, dos livros e apaixonadíssima pelo bom e velho rock n'roll. Amo escrever e escrevo sobre o que amo. Ativista da causa feminista e bebedora de café profissional. Instagram: @barbooosa.carol
Fale com o autor: [email protected]
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