Pearl Jam reflete sobre "racismo inconsciente" e "vozes brancas ultrapassando a narrativa"

Após o assassinato de George Floyd por um policial de Minneapolis, muitos pretensos aliados brancos correram para postar nas mídias sociais sem refletir sobre se o uso de uma hashtag ou o compartilhamento de um meme era o melhor uso de seu privilégio.

Agora, o Pearl Jam - bastante assertivo em suas escolhas de pautas a defender - invadiu algumas "áreas cinzas" desconfortáveis, interrogando seu próprio "racismo inconsciente" e lutando com a questão persistente de "vozes brancas ultrapassando a narrativa que a comunidade negra está compartilhando".

Em uma série concisa de tweets, as lendas do grunge afirmaram que "o Pearl Jam foi iniciado com um amor pela música e pela justiça social".

A declaração continuou, "Nossa organização tem refletido sobre onde o racismo inconsciente ainda está aparecendo em nossas próprias vidas e como podemos fazer melhor. Enquanto continuamos a cavar, não queremos contribuir para que as vozes brancas superem a narrativa que a comunidade negra está compartilhando. É responsabilidade de cada um de nós ouvir e educar-nos sobre como ser humanos melhores compartilhando este planeta".

O tópico foi concluído com um "Ponto de partida possível": o artigo "Aliança performativa é mortal (eis o que fazer)", do escritor e advogado de justiça social Holiday Phillips.

Phillips identifica quatro sinais de que um gesto nas mídias sociais é mais performático do que útil: é curto (poucas palavras ou uma imagem); expressa-se como raiva ou descrença, como se os atos de racismo fossem surpreendentes, em vez de ser algo que faz da vida cotidiana de muitas pessoas; falta responsabilidade pessoal e, em vez de culpar questões sistêmicas, procura vilões específicos, como um único policial corrupto; e, principalmente, é elogiado pela pessoa que o postou. 

No próximo dia 10 de junho, o Pearl Jam participará do evento beneficente "All in WA: A Concert for COVID-19 Relief", com transmissão ao vivo. Em seu álbum lançado no último mês de março, "Gigaton", os roqueiros exploraram algumas das grandes questões sociais que a sociedade enfrenta atualmente, incluindo a criação de um vídeo de conscientização sobre o clima para a faixa "Retrograde", estrelado por Greta Thunberg.