Adiamento das eleições municipais 2020 esbarra na Câmara dos Deputados

Apesar do apoio do Senado, Câmara não enxerga vantagem no adiamento das eleições
Apesar do apoio do Senado, Câmara não enxerga vantagem no adiamento das eleições
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Programado inicialmente para 4 de outubro, o primeiro turno das eleições municipais 2020 pode ser adiado para 6 de dezembro caso a PEC (proposta de emenda à Constituição) sobre o tema receba resposta favorável após votação na próxima terça-feira (23). O problema é que, apesar do apoio do Senado, com o texto redigido pelo senador Randolfe Rodrigues e assinado por outros congressistas, um possível resultado positivo ainda deve esbarrar na dura resistência da Câmara. 

Longe de destacar os interesses da população, um largo grupo de deputados mantém uma postura radical em relação à proposta de adiamento, ignorando as recomendações mais recentes de especialistas da área da saúde consultados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e congressistas.

A busca por reeleição, sobretudo de prefeitos, é um dos reflexos mais claros da resposta negativa da Câmara à PEC, pois com o adiamento não há nenhum tipo de ganho às campanhas eleitorais, que precisarão abraçar ambientes paralelos aos comícios e estender o período de estratégias, além de aumentar a margem as orçamental das campanhas. 

Em setembro, a curva de casos da Covid-19 ainda fornece um ambiente de risco, mas o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deixa claro que a repercussão não é favorável. "Acho que no Senado tem maioria. Acho que na Câmara ainda não tem e talvez não tenha", afirmou Maia na semana passada. Grandes bancadas, como a PP, PL, DEM, Republicanos e MDB, não enxergam vantagem no adiamento, e isso, sem dúvidas, pode gerar dificuldades na obtenção do voto favorável ao adiamento (pelo menos três quintos dos deputados devem votar positivo). 

Para os defensores da manutenção da data original, os argumentos giram em torno da falta de consenso sobre a queda na curva da pandemia, mas não passam muito disso, já que os interesses verídicos são, na verdade, pessoais.

Por enquanto, as datas oficiais para as eleições são:

4 de outubro (primeiro turno) e 25 de outubro (segundo turno).

Caso o adiamento seja aprovado, as datas serão modificadas para:

6 de dezembro (primeiro turno) e 20 de dezembro (segundo turno).

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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