Missão no Líbano: O convite de Bolsonaro a Michel Temer e a mira nas eleições
Michel Temer aceitou o convite de Jair Bolsonaro para comandar a missão do Brasil que levará ajuda ao Líbano, em uma escolha do presidente que reflete suas futuras pretensões de reeleição, a exemplo da recente diminuição dos conflitos políticos e início de um período de reconquista de poderosas e decisivas alianças.
Temer, inclusive, é acusado de corrupção passiva e outros crimes pela Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro e, por isso, está proibido de deixar o Brasil sem autorização judicial, depois de garantir a troca da prisão preventiva por medidas cautelares. Pouco tempo depois, ele conseguiu permissão para dar palestras nas universidades de Oxford.
Para o atual presidente cuja campanha eleitoral de 2018 reforçava a "luta anti-corrupção", esse é o menor dos problemas. Sua luta daqui para frente é garantir um cenário que possibilite um alto poder de fogo para as eleições, portanto, ao convocar um ex-presidente de origem libanesa para chefiar uma missão de ajuda ao Líbano, é automático que boa parte da comunidade libanesa no Brasil responda de forma positiva à estratégia de Bolsonaro e que o mundo político observe atentamente aos passos do presidente brasileiro para a formação de um time poderoso de "influência interna" nos próximos meses, que há meses já dialogava com Temer sobre assuntos políticos diversos, inclusive suas batalhas contra o Congresso e o STF.
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A união gera uma singela provocação ao eleitorado e sugere uma espécie de bola de neve, que pode juntar uma série de alianças significativas à campanha bolsonarista em 2022. Temer já foi uma das lideranças do Centrão.
O convite foi anunciado por Bolsonaro no último domingo (9), durante videoconferência organizada pela França e pela ONU, e prontamente aceito pelo ex-presidente, que já encaminhou a solicitação de autorização à Justiça, já que, teoricamente, ainda não está liberado para viajar. Nas redes sociais, Temer disse que ficou honrado com o convite.