Bolsonaro relata que "acabou" com a Operação Lava Jato "porque não tem corrupção no governo"

A fala repercutiu negativamente no meio político e da Operação Lava-Jato.
A fala repercutiu negativamente no meio político e da Operação Lava-Jato.
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

Durante pronunciamento nesta quarta-feira (7) no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro vangloriava seu governo quando disse que "acabou" com a operação da Polícia Federal Lava Jato porque o governo atual não há corrupção.

A fala ocorreu durante uma cerimônia sobre novas medidas para a aviação civil, o programa Voo Simples, e relatou que as pessoas que compõe seu governo são confiáveis e não estão interessados em "criar dificuldade para vender facilidade". "É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, disse.

Apesar do que foi dito por Bolsonaro, o ato de encerrar as investigações da Lava Jato cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR). Além disso, a possibilidade de encerramento da força-tarefa deve ocorrer em janeiro de 2021, já confirmado pela PGR, mas preocupa os procuradores da Lava-Jato que está atualmente em sua 76ª etapa e possui mais de 400 investigações em curso.

Vários políticos reagiram negativamente à fala do presidente, já que Bolsonaro foi eleito com um discurso forte de apoio à força-tarefa, que tinha como principal Juiz o ex-ministro Sérgio Moro, que relatou sair do governo ao notar que o chefe do executivo não estava preocupado com o fim da corrupção. Moro ganhou forte destaque popular após a prisão do ex-presidente Lula e defender os desdobramentos das investigações.

As forças-tarefa da operação Lava Jato, por sua vez, são de responsabilidade do Ministério Público Federal (MPF). O MPF é um órgão independente que não é subordinado ao governo federal. Entretanto, o atual chefe do MP é o procurador-geral da República, Augusto Aras, indicado por Bolsonaro em 2019 e bastante próximo ao presidente.

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Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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