Bolsonaro confirma prorrogação do auxílio emergencial em 2021

O presidente afirma que será preciso ter cautela com a retomada do benefício, citando o aumento do dólar e do preço do combustível
O presidente afirma que será preciso ter cautela com a retomada do benefício, citando o aumento do dólar e do preço do combustível
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Suspenso desde dezembro de 2020, o pagamento do auxílio emergencial terá uma prorrogação, de acordo com novas informações do presidente Jair Bolsonaro, que admitiu a volta do benefício - com tom de precaução, devido ao impacto econômico nos cofres da União. 

"Acho que vai ter. Vai ter uma prorrogação. Foram cinco meses de 600 reais e quatro meses de 300. O endividamento chegou na casa dos 300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal”, disse Bolsonaro em uma entrevista à Band TV. Ele ainda sugeriu que a volta do auxílio pode gerar uma desconfiança do mercado, aumentar o valor do dólar e impactar no preço do combustível. 

“Se você não fizer com responsabilidade isso, você acaba tendo desconfiança do mercado, aumenta o valor do dólar, passa para R$ 6, vai impactar no preço do combustível. Fica uma bola de neve”, insistiu o presidente. 

Isso mostra que, apesar de confirmar a volta do auxílio, Bolsonaro não deixa de impor suas condições de "responsabilidade" com os gastos, sugerindo uma redução dos valores e seguindo as teorias quadradas de Guedes em relação aos cofres públicos. Anteriormente, o presidente da república afirmou que a retomada do benefício. 

Afastamento de discursos prejudiciais à campanha de 2022

Bolsonaro pretende ser reeleito em 2022, mas para que ele tenha a mínima chance, será necessário abandonar discursos extremos que atendem apenas a um nicho específico de apoiadores. Aceitar a prorrogação do auxílio emergencial faz parte de uma das medidas discutidas entre o presidente, assessores e ministros, para que as alianças se fortaleçam sem a necessidade de grandes confrontos, como aconteceu anteriormente.

Agora, Bolsonaro ensaia uma união estável com o Centrão e planeja chegar blindado das maiores polêmicas até as eleições presidenciais, sobretudo em relação à pandemia de Covid-19. Não será de se estranhar que nas próximas semanas o presidente deixe de clamar pelos chamados "tratamentos precoces" contra a doença, já que até ele defendeu o uso da vacina nesta semana. 

A história da "gripezinha" saiu de seus discursos, as críticas infundadas à vacina também deixaram o palco, enquanto os recém-eleitos presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente, instalam suas raízes no Congresso e levam o apoio de Bolsonaro como garantia de círculos fechados poderosos nos anos seguintes. 

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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