Herói LGBTQIA+ em 'Eternos' é um grande passo para o cinema blockbuster

O novo filme da Marvel narra com naturalidade o núcleo de Phastos, um herói assumidamente gay que se casou com Ben
O novo filme da Marvel narra com naturalidade o núcleo de Phastos, um herói assumidamente gay que se casou com Ben
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

"Eternos" pode render inúmeras críticas pelo volume complexo de personagens e uma narrativa peculiar que não agrada a todos os públicos, mas não há como negar que o título traz conquistas enormes para o cinema blockbuster, em especial pela inclusão de um herói LGBTQIA+ em seu elenco principal. 

Os heróis queer ganharam destaque muito recentemente no mundo dos quadrinhos, mas o tema ainda gera reações preconceituosas extremas ao redor do mundo, incluindo tentativas de boicotar o lançamento do filme dirigido por Chloé Zhao com argumentos nitidamente homofóbicos. 

A inclusão LGBTQ nas páginas e nas telas ainda está bastante escassa, mas o salto para a tela grande com títulos como “Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa”, da DC, (o único grande lançamento em estúdio em 2020 a incluir um personagem bissexual) inseriu a tão esperada confirmação de que Harley Quinn é bi, apesar de ter acontecido em uma cena tão rápida que muitos espectadores podem ter deixado escapar.

Os filmes “Mulher Maravilha” continuam a retratar Diana como heterossexual - apesar de sua bissexualidade nos quadrinhos - e houve cenas cortadas de “Thor: Ragnarok” e “Pantera Negra” que teriam confirmado a identidade de personagens queer.

“Eternos” apresenta ao público uma nova equipe de heróis, incluindo o brilhante Phastos, um gênio, inventor incomparável, pai amoroso e marido de Ben. O relacionamento do casal é um aspecto fundamental da história de Phastos e ajuda os espectadores a lerem os aspectos pessoais do personagem sem filtros, incluindo uma cena totalmente natural de um beijo entre Phastos e Ben, coroando um dos principais acertos do filme, que está com uma aprovação baixa no Rotten Tomatoes.

O estudo mais recente do GLAAD Studio Responsibility Index revelou que apenas 10 filmes lançados nos cinemas de oito grandes distribuidores de estúdios incluíam personagens LGBTQIA+ em 2020, e apenas 22 de 118 em 2019 - o estudo mais recente antes da pandemia de Covid-19. Dos 22 filmes LGBTQIA+ inclusivos relatados pela GLAAD em 2019, mais da metade dos personagens recebeu menos de três minutos de tempo total na tela, com 21 deles aparecendo por menos de um minuto. “Eternos”, sem dúvida, marca um novo caminho para a Marvel.

Sobre o autor

Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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